O dossiê “Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Brasil”, divulgado nesta segunda-feira (12), evidencia que a pressa para a entrega das obras de estádios para a Copa do Mundo de 2014 tornou precárias as condições dos trabalhadores nestes empreendimentos.
O relatório foi produzido pela Articulação Nacional de Comitês Populares da Copa e destaca as dez paralisações de trabalhadores em seis dos 12 estádios que serão usados no Mundial, inclusive Fortaleza.
As pautas de reivindicação tinham em comum, segundo o levantamento, pedidos de aumento salarial, de concessão de benefícios, do fim do acúmulo de tarefas e das jornadas excessivas de trabalho.
Também foram registradas tentativas de repressão ao movimento em Brasília e Pernambuco, onde alguns funcionários foram demitidos arbitrariamente. No último caso, o dossiê enaltece a ação truculenta da polícia para impedir as manifestações.
“Criou-se um fantasma que acompanhou e acompanha todo o processo de preparação para 2014 e 2016, e que, com certo incentivo de meios de imprensa, cria expectativas sobre a possibilidade de um fracasso vexatório da Copa no Brasil”, diz o texto.
SecopaSegundo a assessoria de comunicação, o órgão não sabia da divulgação do dossiê, e negou que tenha havido paralisação nas obras do Castelão por conta de descontentamento de trabalhadores.
A assessoria informou ainda que houve apenas um dia de mobilização do sindicato da categoria para repassar informações de que as exigências trabalhistas necessárias estavam sendo atendidas nas obras do Castelão.