Preso bando que faria sequestro

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Entre o armamento do bando, a Polícia localizou um fuzil AK-47, de calibre 7.62 e fabricação americana. A arma é similar ao modelo original russo, usado por terroristas afegãos. Ele custou R$ 30 mil ao chefe da quadrilha
FOTOS: FERNANDO RIBEIRO
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Para o sequestro que iria ocorrer hoje, os bandidos iriam se passar por agentes da Polícia Federal. Para tanto, mandaram fabricar camisas e coletes com a inscrição e o símbolo da instituição. Uma falsa viatura também seria preparada para a ação
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Com seu ´sangue de Polícia´ nas veias, Bezerra deixou o gabinete e foi às ruas comandar o cerco aos criminosos
Nove pessoas acabaram presas numa operação na Capital e no Interior. O grupo ia roubar, hoje, R$ 5 milhões do BB

Nove pessoas, acusadas de formar uma quadrilha interestadual envolvida em assaltos a bancos, ataques a carros-fortes e sequestros de funcionários de instituições financeiras, e seus familiares, foram capturadas, ontem, numa megaoperação policial que envolveu agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Delegacia Regional de Itapipoca, agentes das Coordenadorias de Operações Policiais (Copol) e de Inteligência (Coin), da Secretaria da Segurança Pública, além da Força Tática do 9º BPM Provisório (Itapipoca).

O grupo, segundo o delegado geral da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, iria sequestrar, na manhã desta sexta-feira, o gerente do Banco do Brasil de Itapipoca e seus familiares, para, em seguida, roubar cerca de R$ 5 milhões daquela agência. Para tanto, a quadrilha já tinha montado toda a logística necessária e iria se passar por agentes da Polícia Federal. Até uma caminhoneta seria transformada em falsa viatura da PF, com placa branca, inscrições e símbolo da instituição, sirene e intermitente (luzes).

O chefe da quadrilha, conforme o delegado Romério Moreira de Almeida, titular da DRF, é o cearense José Nilson de Sousa Moura, o ´Nilsinho´, 32, natural de Itapipoca, mas radicado em São Paulo há mais de 20 anos, e dono de uma extensa ficha de crimes, que incluiu, além de assaltos a bancos, tráfico de drogas e, pelo menos, 30 assassinatos. "Ele foi mais além, e disse que são 33 homicídios", conta Luiz Dantas durante coletiva na DRF.

Para desarticular a quadrilha, a DRF, Coin e a Copol n trabalharam juntas, e em absoluto sigilo, durante três meses, tempo necessário para, segundo Romério Almeida, serem identificados todos os componentes da quadrilha e não apenas o ´cabeça´.

Presos

Ontem, além de ´Nilsinho´, também foram presas as seguintes pessoas, Francisco Adriano Braz de Oliveira, Rodolfo de Sousa Santos, Francisco Alex Moura Oliveira, Moisés Sousa da Silva, Jeanderson Gomes Magalhães, Luiz Paulo Vieira de Andrade, Fabrício Oliveira de Mesquita e Francisca Charlene de Oliveira Pinheiro, mulher de um dos acusados de integrar o bando.

Fuzil

Além de uma camioneta Hilux que seria ´transformada´ falsa viatura da PF, a Polícia apreendeu um fuzil HK-47 americano, calibre 7.62, uma pistola Ponto 40, dezenas de munição, algemas, camisas pretas e coletes com a inscrição ´Polícia Federal´, dinheiro, joias e celulares.

Bezerra chefiou a operação policialA operação realizada ontem, com a prisão do bando, é fruto de um trabalho de bastidores. Foram quase 90 dias de investigações sigilosas acompanhadas diretamente pelo secretário da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Francisco José Bezerra Rodrigues. Para chegar aos criminosos interestaduais, Bezerra convocou sua equipe de confiança e a quadrilha foi identificada paulatinamente.

O delegado geral da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, coordenou as operações de campo juntamente com os também delegados Romério Moreira de Almeida (DRF) e Andrade Júnior (Copol), e com a Coordenadoria de Inteligência da própria SSPDS, chefiada pelo major PM Cícero Henrique Bezerra.

Segurança
Nas investigações, ficou evidenciado que a quadrilha do bandido ´Nilsinho´ agia em vários Estados brasileiros. "Onde chegava para praticar os assaltos a bancos e contra carros-fortes, ele agenciava comparsas para formar novo grupo", diz Dantas.

Conforme o secretário da Segurança Pública, informações concretas dão conta de que, além do sequestro do gerente do BB de Itapipoca e o assalto à agência logo em seguida, a quadrilha também iria assaltar uma grande empresa de segurança privada local responsável por armazenar altos volumes de dinheiro dos bancos da Capital.

"Foi uma vitória da Polícia, da Segurança Pública e da sociedade", disse Bezerra. O delegado Romério ressalta que, neste ano, quatro grandes quadrilhas de ladrões de bancos já foram desarticuladas no Ceará, com um total de 51 pessoas presas e quatro mortas em confrontos armados. DN
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