Projeto da Assembléia Legislativa leva estudantes a vivenciarem, por alguns dias, a rotina de um deputado
Percebendo a distância que há entre os jovens e o dia a dia das instituições políticas tradicionais, os parlamentares estão tentando criar projetos para, ainda que de forma mínima, estreitar essa relação. Na quarta-feira, a Assembléia Legislativa do Ceará (AL-CE) pôs em prática o projeto Parlamento Jovem, inspirado no que já ocorre no Senado e na Câmara dos Deputados. O objetivo é aproximar a juventude da atividade política e fazer com que os jovens conheçam mais o trabalho dos deputados.
Foram empossados 46 deputados juniores e 46 deputados jovens que, durante três dias, vivenciaram o dia a dia da Assembleia. Para entrar no projeto, estudantes de escolas públicas e particulares precisaram apresentar um esboço de projeto de lei. Os melhores foram contemplados com a vaga na primeira turma. Inicialmente, participaram apenas escolas da Região Metropolitana de Fortaleza, mas a ideia é estender para mais municípios nas próximas edições.
Foram empossados 46 deputados juniores e 46 deputados jovens que, durante três dias, vivenciaram o dia a dia da Assembleia. Para entrar no projeto, estudantes de escolas públicas e particulares precisaram apresentar um esboço de projeto de lei. Os melhores foram contemplados com a vaga na primeira turma. Inicialmente, participaram apenas escolas da Região Metropolitana de Fortaleza, mas a ideia é estender para mais municípios nas próximas edições.
A primeira a receber o diploma das mãos do presidente da AL, Roberto Cláudio (PSB), foi a estudante Marília Pedroso, 17. Em seu projeto, ela defendeu a organização de grupos de escoteiros em escolas municipais. Sobre a má imagem que os jovens geralmente têm dos políticos, Marília diz ser inevitável e que “pra tirar essa fama vai ser um pouco difícil mesmo”. Ainda assim, ela diz acreditar que existem atitudes capazes de mudar esse cenário.
“O que a gente está vendo na política é um reflexo da sociedade brasileira. A corrupção não é um problema só da política”, diz a estudante Marina Saldanha, 16, que fez projeto propondo a regulamentação da venda e produção de roupas consideradas inadequadas para crianças.
O deputado Roberto Cláudio disse que, embora exista “enorme ceticismo e incredulidade da juventude brasileira com a atividade política”, os jovens precisam entender isso como parte de um problema mais complexo e lutar por transformação. “O papel da juventude é modificar a política e não deixar de acreditar nela”.
O deputado Júlio César Filho, mais jovem da atual legislatura (26 anos), e presidente da comissão de juventude da AL, diz que visualiza um futuro próximo em que haverá cada vez mais jovens políticos ocupando cargos importantes. “Às vezes o jovem fica decepcionado com alguns episódios” porque “uma minoria (dos políticos) tende a fazer errado”. Mais adiante, o deputado completou, dizendo que “de eleição em eleição, a gente tira os corruptos e coloca os de bem”. (MR)