Nesta quarta-feira (13/6), a polícia do Maranhão declarou esclarecido o caso do assassinato do Blogueiro e Jornalista maranhense Décio Sá. Foram apresentados sete acusados, entre eles mandantes, agenciadores e o autor dos disparos contra o profissional de imprensa. Segundo a investigação, assassinato, tráfico de drogas, extorsão, agiotagem, crime organizado são elementos do crime.
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8 acusados, 7 presos
O empresário Glaúcio Alencar Pontes, que também é policial e ex-vereador no interior do Maranhão; e o pai dele José de Alencar Miranda Carvalho, foram acusados de serem os mandantes. O sócio de Pontes, Raimundo Sales Charles Júnior, conhecido como "Junior Bolinha", Fábio Aurélio do Lago Silva, e Airton Martins Monroe, são acusados de agenciar o pistoleiro profissional Jhonathan de Souza Silva, que executou o crime e também é acusado de matar outras 49 pessoas no Maranhão e no Pará.
Um policial militar, o capitão Fábio Aurélio Saraiva Silva, que era subcomandante do Batalhão de Choque da PM maranhense, teria fornecido a arma calibre .40 foi usada no crime. Um oitavo acusado, que teria dado fuga ao assassino do jornalista, conseguiu fugir.
Os acusados foram presos por uma equipe formada por 12 delegados e 70 policiais, que cumpriram sete mandatos de prisão e 14 de busca a apreensão numa ação policial coordenada chamada de "operação Detonando".
Coletiva
Em coletiva de imprensa, o secretário de Segurança Pública do Maranhão Aluízio Mendes declarou o crime esclarecido. Ele disse que o crime foi planejado, organizado e executado dentro de um consórcio e ressaltou que as investigações não se encerram com a prisão dos acusados.
"É importante salientar que essa investigação está apenas começando. O ponto inicial está esclarecido com a confissão do Jonathan. Em função dela foi descoberta uma verdadeira organização criminosa que é um verdadeiro câncer para a sociedade maranhense, atuando no desvio principalmente de recursos públicos, agiotagens e extorsões. Alguns destes crimes não são de nossa alçada e com certeza encaminharemos estas informações para a Polícia Federal", disse Mendes.
Motivo do crime
De acordo com as informações da polícia maranhense, a execução de jornalista foi encomendada porque ele sabia do envolvimento de Glaúcio Pontes com o assassinato do agiota Fábio dos Santos Brasil Filho, o "Fábio Brasil", executado no centro de Teresina (PI), com três tiros na cabeça.
O agiota havia contratado Jhonathan para matar Pontes, porém como não pagou pelo crime, o assassino profissional procurou o empresário que lhe pagou para matar o contratante. Após a execução, em São Luís, em uma reunião informal, o jornalista teria dito ao empresário que sabia de seu envolvimento com o assassinato do agiota.
Após isso, Pontes procurou seu sócio Júnior Bolinha e pediu a execução do jornalista. Júnior Bolinha também tinha "contas a acertar" com o jornalista por uma denúncia feita por Sá que o acusou de envolvimento com agiotagem, que o impediu de tornar-se representante da Coca-cola em Santa Inês, a 200 quilômetros de São Luís.