Cadela ferida por músico da banda de Thiaguinho passa por cirurgia

Cadela vira-lata Menina, ainda "grogue" após a cirurgiaFoto: Rose Mary de Souza/ Divulgação


Passa bem a cachorra vira-lata, que atende pelo nome de Menina, atingida por uma bomba caseira atirada por um integrante da equipe do cantor Thiaguinho. A cirurgia para a recuperação da mandíbula do animal ocorreu nesta terça-feira (3), em uma clínica veterinária, dois dias depois do incidente.
O material explosivo
foi atirado de uma van que levava o grupo de Thiaguinho na tarde do ultimo sábado (30), em frente ao Hotel Nacional In, no Jardim do Trevo, em Campinas, onde estiveram hospedados, o cantor não estava na mesma van que os músicos. A cachorra teria mordido o explosivo e após se ferir o veículo deixou o local.
Com o impacto da explosão, Menina fraturou a mandíbula, queimou a língua e o céu da boca. Sua audição ficou comprometida, a cachorra está surda e o veterinário não sabe afirmar se é momentânea ou permanente.
Menina é uma cadela acostumada a viver na rua, ma tinha o amparo de um grupo de taxista e funcionários de um posto de combustível. Ela dorme em uma casinha que fica dentro de uma cobertura do ponto de táxi em frente ao hotel. A cadela é castrada e alimentada por ração.
Omissão
"Houve omissão de socorro", afirma o vice-presidente da UPA (União Protetora dos Animais) de Campinas, César Rocha, que a levou até a clínica veterinária mais próxima e registrou um boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial. Rocha conta que é comum a associação ser acionada para socorrer animais vitimas de maus tratos. Cerca de uma hora depois, ele receberia um telefonema de uma pessoa que se identificou como responsável pelo grupo do cantor Thiaguinho e que lamentava o ocorrido e por isso iria assumir as responsabilidades.
"Ficou por isso. Até agora não tive retorno e o número do aparelho fornecido, ninguém atende. Li a manifestação pela internet do músico mas ele não se pronunciou, não procurou a gente ou a clínica. O delegado (da Delegacia de Proteção dos Animais) também está a procura dele", contou.
De acordo com o veterinário Eicke Bucholtz Júnior, se não fosse socorrida a tempo a cachorra poderia morrer. A cirurgia de reconstituição da mandíbula durou cerca de 40 minutos. Foi usado uma técnica de fio de aço para fazer a junção do maxiliar. "Pode ser que tenha que fazer outra cirurgia, vai depender da evolução dela", contou Bucholtz Júnior.
A recuperação total vai levar dois meses. Até lá Menina só poderá receber alimentação mole. "Nada de ração seca. Ela não tem firmeza para morder", falou. Ela também está com dificuldade de respirar. "Ela está muito assustada com tudo isso", comentou.
"Sentimos falta dela"
"Eu estava cochilando dentro do carro e quando ouvi o estouro da bomba pensei que era um torcedor de um time de futebol. Nunca imaginei que a Menina pudesse se machucar com a bomba", comentou o taxista Amauri Geremias, 30 anos de profissão, um dos 'amigos' da cadela. "Acho que foi curiosidade natural do animal, ela foi pegar sem saber que era perigoso".
O taxista conta que a cachorra apareceu por ali faz um ano. Ela deu cria em um porão de um comércio e depois perdeu os filhos. Depois nasceram outros cachorrinhos e ela apareceu por ali apenas com um. "Então achamos melhor fazer a castração e uma moça que trabalha aqui perto levou para um veterinário".
Geremias conta que Menina é forte e acostumada a viver nas ruas. Ela perambula em uma das vias mais movimentadas de Campinas: final da avenida Prestes Maia com saída para as Rodovias Anhanguera e Santos Dumont. "Ela é forte e vai sobreviver sim", comentou.
O delegado da Delegacia de Defesa Animal de Campinas, Antonio Erivelton Piva Júnior, espera ouvir os taxistas e funcionários do comercio local que foram testemunhas do incidente da explosão da bomba caseira. Piva Júnior também espera um retorno da produção de Thiaguinho. Segundo ele, a polícia já sabe que o músico estava acompanhado por um grupo de 20 pessoas entre músicos e assessores. Terra
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