Vem crescendo muito além das expectativas o avanço de áreas
desérticas em todo o mundo. O fenômeno poderá causar desastrosos efeitos em
diversos países, segundo relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas
para o Meio Ambiente. No referido estudo, constam avaliações e pesquisas feitas
em conjunto por dezenas de especialistas internacionais no polêmico tema.
Uma de suas conclusões atesta que a desertificação está intrinsecamente relacionado com o aceleramento do processo de degradação do solo, com a decorrente perda de produtividade biológica da superfície terrestre. Tal perda, provavelmente, pode estar sendo causada tanto por atitudes predadoras perpetradas pelo ser humano quanto pelo agravamento das mudanças climáticas, afetando um terço do solo da Terra e mais de um bilhão de pessoas.
Torna-se incalculável o prejuízo que essa expansão dos desertos pode trazer nas
econômicos e nas sociedades.Uma de suas conclusões atesta que a desertificação está intrinsecamente relacionado com o aceleramento do processo de degradação do solo, com a decorrente perda de produtividade biológica da superfície terrestre. Tal perda, provavelmente, pode estar sendo causada tanto por atitudes predadoras perpetradas pelo ser humano quanto pelo agravamento das mudanças climáticas, afetando um terço do solo da Terra e mais de um bilhão de pessoas.
No Brasil, a área mais atingida se encontra no Nordeste, sendo que a situação do Ceará se torna ainda mais preocupante: mais da metade de seu território , embora ainda não literalmente desertificado, tem sua fertilidade e capacidade produtiva seriamente comprometidas ou ameaçadas.
São diversas as causas apontadas pelo relatório das Nações Unidas quanto ao rápido avanço da desertificação. No que se refere ao Brasil, contam-se, entre elas, o uso inadequado dos solos, a expansão urbana desordenada, o manejo incorreto de recursos florestais e a consumação de práticas agrícolas e pecuárias inadequadas. Todos esses elementos formam um quadro em que as frequentes variações do clima só tendem a agravá-lo.
Além dos nefastos efeitos no setor socioeconômico, o estudo revela que a recuperação das terras áridas aliviará as zonas urbanas de uma carga cada vez maior de indesejáveis explosões demográficas, além de contribuir, em sentido abrangente, para a construção de um mundo mais pacífico e seguro. Existe, portanto, a necessidade de se conscientizar pessoas, comunidades, e incentivar parcerias de vários gêneros, para se conter a tempo essa ameaça à segurança do futuro da Humanidade.
É impressionante constatar nos levantamentos que o desmatamento e as práticas inadequadas no uso do solo fazem com que, a cada minuto, doze hectares de terra virem deserto. A África é o continente mais atingido por esse tipo de devastação, mas o problema também afeta seriamente a América Latina e, de modo específico, o Brasil, onde as perdas econômicas pela desertificação do solo já se aproximam, segundo as estimativas, da casa de um bilhão de dólares.
O relatório da ONU, denominado "Panorama Global dos Desertos", adverte que o crescimento do fenômeno é bem maior do que possa parecer em superficial análise. Guarda potencialidade de tornar mais profundas e irreversíveis as crises econômicas internacionais e de se refletir, com intensidade, até mesmo em países distantes das áreas tornadas desérticas.
O combate ao mencionado avanço não é uma empreitada de fácil execução, além de demandar altos investimentos para ser executado. Mas existem itens preventivos, tais como respeitar a natureza, em seus aspectos vitais, garantindo-lhe requisitos básicos para sua preservação, e perseverar na adoção de práticas que superem os métodos predadores de exploração do solo. São medidas imprescindíveis no sentido de garantir o desenvolvimento sustentável. Editorial/DN