Petista chegou a gritar 'mentira' ao ser citada por Serra durante confronto; prefeito apenas riu ao ser defendido pelo tucano
Presentes na plateia do debate realizado nesta quinta-feira pela TV Bandeirantes , dois dos principais alvos da troca de ataques entre os candidatos na eleição em São Paulo apresentaram comportamentos distintos diante das críticas. Atacada várias vezes pelo tucano José Serra, a ex-prefeita Marta Suplicy não perdia a chance de responder em voz alta toda vez que sua administração era mencionada. Já o prefeito Gilberto Kassab (PSD), cuja gestão foi mencionada várias vezes por Fernando Haddad (PT), preferiu manter-se sério e compenetrado durante todo o debate.
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Marta não se incomodou em desrespeitar as orientações do moderador Boris Casoy para que a plateia não se manifestasse diante da afirmação de Serra de que sua administração deixou a Prefeitura de São Paulo “no chão”. “Mentira!”, gritou a petista, que ganhou apoio imediato do presidente nacional do PT, Rui Falcão, que foi um dos homens fortes de sua gestão na cidade.
Toda vez que era citado por Haddad, Kassab logo atraía os olhares dos tucanos que acompanhavam Serra no debate. O prefeito não movia um músculo sequer no rosto. A única exceção foi no momento em que o candidato do PSDB disse que Haddad tinha “uma obsessão” pelo prefeito. Aí, Kassab abriu um sorriso.
No intervalo do debate, ao ser questionado sobre como se sentia ao ter que “apanhar quieto”, Kassab rebateu: “Estão é fazendo campanha para mim aí”. E, endossando a afirmação do próprio Haddad sobre as menções ao seu nome, acrescentou: “É isso mesmo. Eles têm que falar de mim mesmo. Eu sou o prefeito”.
Marta, durante o intervalo, empenhou-se em rebater pontualmente cada crítica feita por Serra a sua administração. E, sobre “apanhar quieta”, engatou: “Estou sendo maravilhosamente defendida por ele, Haddad, que está desconstruindo as mentiras que o Serra fala de mim há tanto tempo”.
Embora tenha sido muito menos citado que o prefeito ou a ministra, o governador Geraldo Alckmin também não perdeu a chance de tecer comentários com o colega Sidney Beraldo toda vez que sua administração aparecia entre os temas do confronto. O governador, por sua vez, aproveitou a abordagem dos jornalistas para responder à afirmação de que sua gestão não oferece plano de carreira para médicos. Hoje mesmo, disse Alckmin, foi assinado um convênio nesse sentido, aproveitando as comemorações do Dia de São Lucas. Com isso, disse ele, os salários dos médicos que antes ficavam entre R$ 2 mil e R$ 4 mil subirão para o piso de R$ 6 mil, podendo chegar a R$ 18 mil.
Um momento inusitado do debate foi fato de Serra e Haddad terem passado vários minutos discorrendo sobre a eleição em Osasco. Nesse caso, quem virou o centro das atenções na plateia foi o prefeito petista da cidade, Emidio de Souza, que ganhou cumprimentos de todos os que o acompanhava. E coube ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, brincar: “Vamos lançar o Serra candidato a prefeito de Osasco em 2016”.
Em geral, tanto petistas como tucanos concordavam nos corredores que o debate não deverá ter grande influência sobre a decisão dos eleitores neste segundo turno. Isso porque os dois candidatos tiveram desempenho semelhante, na avaliação de aliados. “O resultado foi neutro. Empate, equilibrado. Nenhum dos dois cometeu nenhum grande deslize, nem deu nenhuma grande tacada”, disse um integrante do time de Serra. Petistas, por sua vez, comemoravam o fato de o debate não ter sido marcado por nenhum grande acontecimento. “Para a gente, zero a zero é goleada.”