O PT surgiu em 1980 (embora oficializado em 1982) de um desejo
dos movimentos sociais, dos jovens, das mulheres e homens do campo e das
cidades, gente que lutava pela democratização do país e não encontrava nos
partidos existentes a extensão do amplo debate e das demandas das ruas,
represada nos anos de chumbo.
Por isso, o PT traz na sua criação a esperança de um novo país, tendo como princípios a participação democrática, algo inédito na história política brasileira, marcada pela existência de siglas controladas por caciques, com decisões verticalizadas, de “cima para baixo”.
Por isso, o PT traz na sua criação a esperança de um novo país, tendo como princípios a participação democrática, algo inédito na história política brasileira, marcada pela existência de siglas controladas por caciques, com decisões verticalizadas, de “cima para baixo”.
Do PT saíram propostas como o Fome Zero, Bolsa Família, PAC,
aumento real do salário mínimo, aumento
dos empregos com carteira assinada e a ampliação das vagas nas universidades
através do Prouni e Reuni. Esses programas mudaram a vida de mais de 28 milhões
de brasileiros. A reformulação econômica feita pelo governo elevou 36
milhões de pessoas à classe média e retirou o país da condição de devedor do
FMI.
Enfim, uma trajetória de orgulho não só para os petistas, mas
para os brasileiros. Lula, que a oposição insistia em taxar de semianalfabeto,
se transformou em referência mundial, virou “o cara”. Dilma, que os
demos-tucanos chamavam de “poste” mantém a aprovação na média de 75%.
Quanto mais o PT cresce, maior a resistência dos setores
conservadores. As tentativas sucessivas e infundadas de ligar Lula ao chamado
“mensalão”, de ministros do STF atribuindo a ele coisas que ele não disse e da
própria movimentação do Congresso Nacional, que nega estabelecer a reforma
política, recusa a proposta de 100% dos royalties para a educação e quebra o
pacto federativo, deveriam servir para mostrar o tamanho dos nossos desafios.
Nosso inimigo é externo e para enfrentá-lo o PT tem de estar unido e solidário.
As eleições de 2012 colocam pontos para reflexão. Um deles é
qual o papel das prefeituras petistas na construção do projeto do PT. No
Paraná, na Bahia, em São Paulo e tantos outros estados, o PT reelegeu
prefeitos, ou fez sucessores. Foi a maior votação de uma sigla partidária em
eleições municipais. Em números, o PT obteve mais de 17,2 milhões de votos em
todo o País, elegeu 635 prefeitos, o que significou um crescimento de 14% no
número de municípios governados pelo partido. Isso é mérito de um modo petista
de governar que não está localizado em pessoas, mas na forma de debater e
ampliar o dialogo com as cidades.
Muito se falou recentemente de abrir mão de uma candidatura
petista na capital capixaba sob o argumento de “alternância de poder”, como se
fosse democrático decidir em gabinetes quais partidos disputam a eleição. O
conceito correto de alternância de poder é a garantia da diversidade de candidaturas
e disputa de ideias e projetos. Quem decide se determinado projeto continua ou
muda é a sociedade. Só a ela – e a nenhuma liderança, cacique ou coronel – cabe
o direito da escolha. A isso chamamos de democracia.
Os tempos mudaram, mas a essência do partido não pode ser
perdida. É ela que faz a diferença e que nos levou em 2012 à maior votação
municipal que um partido conseguiu nos anos democráticos. É certo que o sucesso
dos governos Lula e Dilma contribuíram para ampliar o número de cidades
governadas pelo PT nas eleições, portanto os governos municipais do PT também
cumprem um papel na efetivação desse projeto, não apenas nas políticas publicas
bem como nas disputas eleitorais.
O Processo de Eleições Diretas (PED) do partido, em 2013, é a
oportunidade de recolocar a militância como protagonista. O projeto de um
partido de esquerda e democrático, que coletivamente elabora, dialoga com a
sociedade, que debate e implementa políticas públicas. Estes objetivos devem
prevalecer sobre as opiniões individuais.
O PT tem gente, militância que não é só chamada pra dizer sim ou
não, mas para debater e decidir o futuro do partido e a construção da
democracia na comunidade, cidade, estado e país.
É esse PT que tem de sair vitorioso no próximo PED. E ele é feito de muitos, de
tantos que não cabem em mandatos e gabinetes e em projetos pessoais. O PT veio
das ruas. E é desse caminho, desse lugar onde tantos sonhamos e concretizamos
esse projeto de que falo. Ele é a origem, a construção e a sina dos que
acreditam num instrumento que constrói um futuro de igualdade e cidadania. É de
luta e solidariedade. É o PT!
Iriny Lopes é deputada federal pelo PT-ES