terça-feira, 13 de
novembro de 2012
Na operação, devem ser cumpridos 18 mandados de prisão
temporária e outros 25 mandados de busca e apreensão
Uma investigação do Ministério Público de São
Paulo deflagrada na última segunda-feira, 12, confirmou um esquema de
corrupção, em que uma quadrilha de empresas de saneamento básico direcionava as
vencedoras de licitações.
A Operação Águas Claras tinha como alvo inicial o Serviço
Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae), mas no decorrer das investigações
foi constatado que o grupo agia também no Ceará, Rio Grande do Sul, Piauí e no
Distrito Federal. Na operação, devem ser cumpridos 18 mandados de prisão
temporária e outros 25 mandados de busca e apreensão.
Segundo o MP, os preços eram superfaturados nos locais onde a
quadrilha conseguia direcionar os contratos em favor dos seus membros. Quem
arcava com os custos eram os consumidores. Onde o bando fracassava, as
licitações assinadas tinham sensíveis reduções de valores.
De acordo com o Ministério Público, a quadrilha se organizava em
torno da "Associação Brasil Medição", com sede em São Paulo. A
associação na verdade, ocultava reuniões secretas em que os negócios escusos do
bando eram combinados. Diversos crimes foram apurados no órgão de Sorocaba,
como fraude em licitações, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha.
Foi descoberto que representantes das empresas envolvidas
combinavam os termos de editais de licitações e decidiam quais venceriam
determinados certames, em regiões que também eram loteadas entre elas, tirando
assim qualquer possibilidade de competição, já que quem não integrasse a
associação estava impedido de concorrer.
No Ceará
Segundo a denúncia do Ministério Publico de São Paulo, a
quadrilha proporcionava o aumento nas contas dos consumidores em todos os
estados onde atuava.
No Distrito Federal, três empresas mancomunadas garantiram a
vitória da Allsan em um processo de licitação da Companhia de Saneamento
Ambiental do Distrito Federal, em junho de 2011. Os investigadores descobriram
a mesma prática nas companhias de água e esgoto do Piauí (Agespisa) e do Ceará
(Cagece). Nos dois casos, a prorrogação do contratado, em favor da Allsan,
ocorreu com fraude.
Nossa equipe entrou em contato com a Companhia de Água e Esgoto
do Ceará (Cagece), que ficou de verificar o posicionamento da empresa.
O POVO Online