Controle de armas está sob pressão

A ONG Instituto Sou da Paz afirma que pelo menos 73 projetos em tramitação no Congresso tentam alterar o Estatuto do Desarmamento

Enquanto a discussão sobre o controle de armas ganha força nos Estados Unidos, o Brasil vive um movimento inverso, com diversas tentativas de parlamentares para flexibilizar o acesso às armas de fogo, alerta Melina Risso, diretora do Instituto Sou da Paz, ONG que atua na prevenção da violência.

Pelas contas da instituição, mais 73 projetos prevendo novas alterações no Estatuto do Desarmamento tramitam atualmente no Congresso. Cerca de 40% deles visam à ampliação do porte a mais categorias profissionais.

No Brasil, há cerca de uma semana, a presidente Dilma Rousseff (PT) vetou o Projeto de Lei 87/2011, que previa o porte de arma, mesmo fora de serviço, a agentes prisionais e às guardas portuárias. A justificativa foi que, se sancionado, implicaria maior quantidade de armas circulando.

Levantamento do Instituto Sou da Paz mostra que foram aprovados no Congresso Nacional até hoje seis projetos alterando a Lei 10.826, o Estatuto do Desarmamento. Apenas uma dessas modificações, com a aprovação da Lei 11.501/07, ampliou o porte de arma para mais de 20 mil profissionais das carreiras de auditor fiscal e analista tributário da Receita Federal.

Projeto

Autor de outro projeto que prevê flexibilização das regras do estatuo, o deputado federal Edio Lopes (PMDB/RR), acredita que, com as determinações atuais, muitos brasileiros que não querem entregar suas armas acabam ficando em situação irregular. A proposta do deputado, que está na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, acrescenta o exame de acuidade visual entre os requisitos necessários para o registro de armas e reduz a burocracia para sua renovação. (Agência Brasil)

ENTENDA A NOTÍCIA

O Estatuto do Desarmamento entrou em vigor no final de 2003 e definiu critérios mais rigorosos para o registro, a posse, o porte e a comercialização de armas de fogo e munição no Brasil. Projetos tentam flexibilizá-lo.

Números

20,4
habitantes a cada 100 mil era a taxa de morte por arma de fogo em 2010.
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