Militares extorquiram vencedores de licitações que forneceriam equipamentos destinados a melhorar as condições das Forças Armadas
Enzo Martins Peri (Centro), general de Exército |
Neste mês de março, ocorreu a “Marcha da Família”, que vem sendo apoiada por setores das Forças Armadas. O principal objetivo da Marcha é pedir uma intervenção militar e um dos pretextos é a corrupção do governo do PT, sendo o principal alvo deles o caso do “mensalão”. Além disso, ativistas pró-golpe divulgam na internet mensagens que afirmam que na época da ditadura não havia corrupção. O que não corresponde a realidade.
Em junho do ano passado, Dilma Rousseff lançou o programa PAC Equipamentos que o próprio governo federal alegou ter como objetivo modernizar os equipamentos do Exército, Marinha e Aeronáutica e estimular a economia.
No total, o montante destinado ao projeto foi de R$ 8,4 bilhões para ministérios e para as próprias Forças Armadas. Somente o Exército gastou mais R$1,8 bilhão em equipamentos. As denúncias de corrupção envolvem justamente estas compras.
Militares de alta patente estão sendo acusados de extorquir as empresas que venceram as licitações para a compra destes equipamentos terrestres. Uma sindicância foi aberta para investigar o caso, no entanto, as investigações correm em sigilo de justiça, um privilégio previsto para militares que estejam diante desta situação.
É preciso denunciar este caso de corrupção porque, entre outras coisas, revela a farsa da campanha “anticorrupção” da direita que deseja a volta do regime militar. Além disso, a investigação deve se tornar pública para que a população possa acompanhar o desvio de verba feita pela cúpula do Exército com dinheiro público.