Ato falho de Merval joga 'delator' no colo de Aécio

Autor Miguel do Rosário


É difícil especular o impacto que as “denúncias” de Veja terão sobre o eleitorado. Pode ser até nenhum. Denúncia em época de eleição sempre parece um tanto armada, e a fonte desta última, a revista Veja, não ajuda a lhe dar credibilidade.

Os jornalões amanheceram cheio de manchetes garrafais e análises apocalípticas, mas sem nenhuma informação nova. Só se lê “segundo a Veja” aqui, “segundo a Veja” acolá.

Há um cheiro de farsa no ar. A denúncia oferece barulho demais sem mostrar a bomba.

A Veja, como sempre, não traz prova de nada. Apenas vaza supostos trechos de uma delação que não foi analisada nem pela PF, nem pelo Ministério Público, muito menos aceita pela Justiça.

Interessante ainda que Merval Pereira, do Globo, num ato falho, tenha acusado Aécio Neves, de ser o operador oculto da denúncia da Veja

Em sua coluna de ontem, Merval diz que “Aécio estaria fazendo o mesmo esforço inútil que o tucano José Serra fez em 2002, destruindo, com sucesso, as candidaturas de Roseana Sarney e Ciro Gomes para depois ser derrotado por Lula no segundo turno.”

Ora, a informação de Merval é nova para leitores de Globo e Veja, essa classe de cidadãos que, se continuarem a beber apenas dessas fontes, caminham para se tornar mutantes morais e políticos, se é que já não se tornaram.

A operação que detonou a candidatura de Roseana Sarney veio da Polícia Federal. Quer dizer que a Globo admite agora que o PSDB aparelhou e usou politicamente a PF para fins eleitorais?

Quer dizer que o PSDB usou, deliberadamente, seus quadros na Polícia Federal para destruir as candidaturas de Roseana Sarney e Ciro Gomes?

Quer dizer que o PSDB hoje, mesmo fora do governo, volta a usar sua influência dentro da PF e do MP, para tentar prejudicar as candidaturas adversárias?

Os leitores de publicações como Carta Capital já sabiam que Serra era o principal responsável pelo caso Lunus, que detonou a filha do Sarney. Matéria de Leandro Fortes, de 2010, rebatia uma ridícula reportagem de Veja, que tentava pespegar no PT a responsabilidade do flagrante, pela PF, de R$ 1,2 milhão no escritório do marido de Roseana Sarney.

Obrigado pela informação, Merval. Mais alguns atos falhos assim e você pode até ir trabalhar na Carta Capital.

A declaração do principal colunista político da Globo devolve a “bomba” da Veja para o colo de Aécio Neves.

Trata-se de um novo caso Lunus?

De uma nova operação midiático-policial lançada com objetivos puramente eleitorais?

O fato de a denúncia vazar seletiva e exclusivamente para a Veja, a mais fina flor do esgoto jornalístico brasileiro, ajuda a validar essa teoria. Tijolaço
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