Mário Welber, assessor de Bruno Covas e suplente de vereador em São José do Rio Preto, não tinha como comprovar origem do dinheiro. Ele carregava ainda 17 cheques em branco assinados pelo candidato
A Polícia Federal de São Paulo deteve na segunda-feira (29), no aeroporto de Congonhas, um assessor do candidato a deputado federal Bruno Covas (PSDB) que desembarcou de Brasília com R$ 100 mil em espécie e 17 cheques em branco em nome do tucano. Mário Welber, que se identifica em seu perfil no Facebook como assessor da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, chefiada por Covas, tinha como destino São José do Rio Preto, cidade onde é suplente de vereador. Covas é neto do ex-governador Mário Covas (PSDB), já foi presidente da juventude do PSDB e deputado federal eleito pela primeira vez em 2006.
Durante o período eleitoral, a Polícia Federal intensifica a fiscalização dos volumes sendo transportados nos aeroportos, já que, nesta época, assessores políticos movimentam grande quantidade de dinheiro em espécie. Foi o caso de Welber, pego no raio X. Como ele não pôde comprovar a origem do dinheiro, terá 15 dias para explicar à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo de onde veio e para quem seria pago esse valor. Ao jornal Estado de S.Paulo, Welber afirmou que o dinheiro era seu e que seria utilizado para comprar um carro – negócio que, segundo ele, acabou não se realizando. Já os cheques serviriam para o pagamento de prestadores de serviço da campanha de Covas.
Welber nega ser assessor de campanha de Covas, embora haja numerosos registros de atividades do candidato nas quais Welber está presente. O suplente de vereador tucano declara muitas profissões: seria, concomitantemente, apresentador da rádio católica Canção Nova e assessor da Secretaria do Meio Ambiente, embora, em maio de 2013, tenha sido identificado como funcionário da Cetesb durante fala do deputado estadual Orlando Bolçone. Ele acumularia ainda a função de mestre de cerimônias da Câmara Municipal de São José do Rio Preto. No passado, Welber também teria tido múltiplos empregos públicos: embora tenha entrado na secretaria após a nomeação de Covas, em janeiro de 2011, só foi exonerado da função de "assessor especial" da Assembleia Legislativa de São Paulo em novembro daquele ano. Welber foi ainda jornalista da TV TEM, afiliada local da Rede Globo.
A Rede Brasil Atual entrou em contato com a Procuradoria-Geral Eleitoral, e foi informada de que, caso Welber não comprove a origem e a legalidade do dinheiro que carregava, pode mover processo de impugnação de sua candidatura. O assessor não foi preso, e responde ao inquérito da PF em liberdade.
Fonte: Rede Brasil Atual
Via: Plantão Brasil