O Paquistão acordou hoje de luto, com bandeiras a meia-haste, escolas encerradas e com o início funerais, após o massacre perpetrado pelos talibãs numa escola de Peshawar, no noroeste do país, que fez 141 mortos, na sua maioria crianças.
Vigílias com velas e orações em mesquitas em homenagem às vítimas sucederam-se durante esta noite em diferentes cidades paquistanesas, enquanto em Peshawar se deu início às cerimônias fúnebres que decorrem hoje sob fortes medidas de segurança.
Em Peshawar, capital da província de Khyber, adjacente a zonas tribais redutos dos talibãs e palco frequente de atentados, todas as escolas e centros educativos estavam de portas fechadas.
Em Islamabad todas as instituições governamentais estavam também encerradas, de acordo com meios de comunicação locais.
O Governo reúne-se hoje com os principais partidos políticos para discutir a situação após o ataque, o qual foi qualificado pelo primeiro-ministro, Nawaz Sharif, como uma "tragédia nacional", que declarou três dias de luto.
O líder do partido da oposição Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), Imran Khan, que liderou protestos e mobilizações nas ruas contra o Governo, também estará presente no referido encontro.
O ataque, teve lugar na manhã de terça-feira, quando um grupo de rebeldes, vestidos com uniformes do exército, entrou numa escola pública militar em Peshawar, iniciando o terror que durou oito horas até que as forças de segurança tomarem o controlo do complexo educativo gerido pelo exército.
Segundo testemunhas e fontes oficiais, os atacantes dispararam e lançaram granadas de sala em sala contra professores e estudantes.
No total, morreram 132 estudantes e nove funcionários da escola. Houve também 122 feridos.
Sete talibãs foram abatidos dentro da escola, alvo do mortífero atentado que foi veemente condenado um pouco por todo o mundo.
O ataque, o mais sangrento ataque terrorista da história do Paquistão, foi reivindicado pelo principal comando talibã paquistanês, Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP).
O TTP declarou ter realizado o ataque em represália pela operação militar lançada em junho e ainda em curso contra os seus esconderijos e os dos seus aliados da Al-Qaida no Waziristão do Norte, zona tribal no noroeste junto à fronteira afegã.