O Congresso tem a obrigação de esclarecer os fatos que ocorreram no Aeroporto de Congonhas para abortar a tentativa de golpe de qualquer aventureiro.
por: Saul LeblonCarta Maior relutou em transcrever o relato de autoria de Jari Mauricio da Rocha (leia a íntegra nesta pág.) que lança uma luz sobre o elo que faltava no episódio de condução do ex-presidente Lula ao aeroporto de Congonhas pela PF, em 04/03, a mando dos procuradores da Lava Jato.
Não convenceu a ninguém a justificativa para a escolha do local inusitado –‘melhor para a segurança do próprio Presidente’, disseram policiais não fardados que o levaram de sua casa, em São Bernardo, na manhã do dia quatro de março.
A opacidade dos movimentos, ademais do seu arbítrio exclamado, como denunciou um ministro do STF, ganharia cores alarmantes com a informação de que uma aeronave, pronta para decolar rumo a Curitiba, aguardava desde cedo em um hangar de Congonhas.
Retirado de sua casa, como foi, com a desculpa de um depoimento em local seguro, e de lá forçado a embarcar para Curitiba, Lula já não seria mais um ex-presidente constrangido.
Seria vítima de um sequestro político.
Por que, felizmente, o desenlace explosivo não se consumou – se de fato se acumulam indícios de sua plausibilidade?
Quem ou o quê teria força capaz de impor um recuo à fria determinação do aparato diante da caça tão longamente cobiçada, então sob o seu desígnio?
O relato oferecido por Jari Maurício da Rocha afirma que um pelotão da Força Aérea brasileira, estacionado regularmente em Congonhas, sob comando de um coronel, ao saber do que se cogitava, enfrentou agentes armados não fardados da PF e interditou o uso da aeronave.
A gravidade do episódio –ademais dos desdobramentos que ensejaria-- levaram Carta Maior a buscar elementos adicionais que justificassem a reprodução da narrativa isenta de Jari Maurício.
Carta Maior obteve a confirmação de que há fortes elementos de veracidade na narrativa.
Carta Maior obteve a informação de que as maiores autoridades da República tem ciência do ocorrido.
Carta Maior tem ciência de que o ocorrido não é um fato solteiro.
Ele se encadeia ao potencial de conflitos embutidos nas manifestações e ações em curso, planejadas por forças determinadas a interferir no livre curso dos conflitos da democracia brasileira, a contrapelo das urnas e do Estado de Direito.
A pressa que os move empresta credibilidade adicional ao relato do que se passou e do que se pretendia com Lula levado a Congonhas na manhã do dia quatro de março.
O intento da derrubada do governo e da inabilitação do ex-presidente ao escrutínio de 2018 não sobreviverá a um longo relento sob as intempéries de uma resistência que já transborda para as ruas.
Mais que isso, agora se sabe: se verdadeiro o episódio de Congonhas, pulsa igualmente em setores das Forças Armadas, igualmente inconformados com os falsos mensageiros da ética, que ameaçam atravessar o Rubicão que separa o Estado de Direito da tirania dos oportunistas.
O conjunto dos fatos aqui relatados e seu potencial explosivo requer que os detentores de mandatos democráticos tomem medidas cabíveis.
A primeira e mais urgente delas é o esclarecimento completo do que se passou de fato no aeroporto de Congonhas em São Paulo, na manhã de quatro de março, envolvendo um ex-presidente da República, policiais não fardados da PF, ordens de promotores e do juiz Moro, a existência de uma aeronave para decolar rumo a Curitiba e a relatada resistência de um pelotão da Aeronáutica ao uso desse aparelho para esse fim.
O Congresso brasileiro tem a obrigação de assumir o esclarecimento desses fatos para abortar aventureiros e serenar a inquietação que toma conta da opinião pública.
É a hora de se instaurar uma CPI de Congonhas para que o Brasil não seja submetido outra vez a uma República do Galeão. Via Carta Maior
_________________________________________________________________________________
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
COMEÇA A APARECER A VERDADE SOBRE O CASO CONGONHASGATE (Moro não recuou, foi recuado)
Por, Francisco Costa II (texto abaixo extraído do Blog Textículos do Jari)
Logo no dia seguinte à tentativa de prisão do Lula, redigi uma crônica externando a minha estranheza de se inquirir o ex presidente num aeroporto, quando isto poderia ser feito na casa dele, na polícia federal, no ministério público ou em qualquer fórum.
Mais estranhei: com que propósitos uma condução coercitiva?
Já de noite foi a vez da maluca, porém lúcida, Hermenegilda Dadivosa dar a sua versão dos fatos, quando afirmou que não levaram Lula para Curitiba porque o avião da polícia federal foi cercado por um bando de petralhas.
Hoje pela manhã, ainda a pouco, digitei e postei um artigo tentando situar os militares nessa embolada plantada pelo PIG, desaconselhando os companheiros a irem para as ruas no próximo domingo, 13.
Quando eu me preparava para almoçar, surgiu um artigo, no excelente blog 247, dando conta que a história do episódio com Lula, no dia 4, foi escondida pela mídia, em artigo assinado por Jari Maurício da Rocha.
Meus artigos se tornaram complementares e muito próximos da verdade, em favor dos pestinhas que me chamam de bruxo, rsrsrsrsrsrs.
Caminhei para o restaurante, mas, antes me sentei num banquinho da praça e, celular na mão, liguei para um amigo da Aeronáutica, que se não é Brigadeiro também não é tenente, aqui no Rio.
Não foi preciso falar do meu artigo de hoje, e dos anteriores, ele já havia lido.
Ele não leu o artigo postado pelo 247, então contei.
Resposta dele: não posso me alongar, estou no quartel, mas vou repetir um companheiro, quando leu o seu artigo de hoje de manhã: bingo!
Então passo para a narrativa da versão omitida e guardada a sete chaves, pelo PIG, o Judiciário e a Aeronáutica, para não cagar de vez a Suja Jato, e que não demora vai viralizar, com outros blogs reproduzindo o 247 e buscando mais informações.
Vamos aos fatos ocorridos na última sexta feira, dia 4: viaturas da Polícia Federal, cheias de homens bem armados, alguns em trajes comuns, outros com roupa de camuflagem, foram chegando ao portão do Aeroporto, sendo interceptados por soldados da Polícia da Aeronáutica, que barraram-lhes a passagem, iniciando-se uma negociação.
O Coronel Comandante foi posto a par da situação, permitindo que entrassem, mas ordenando aos seus soldados que mantivessem estreita vigilância sobre eles.
Logo depois o Comandante foi avisado que o ex presidente Lula havia chegado, sendo conduzido e encaminhado para a sala da Polícia Federal.
Irritadíssimo o Coronel ligou para a sala (não se sabe com quem ele falou, se com o procurador do ministério público ou com quem estava chefiando os policiais federais), mas foi curto e grosso: - o que vocês estão pensando em fazer com um ex presidente da república?
É muito provável que a resposta tenha sido que levariam Lula para Curitiba, e a resposta do Coronel foi que isso não aconteceria.
Pediu reforço ao quartel e o jatinho da Polícia Federal foi cercado por aproximadamente cem homens da Polícia da Aeronáutica, com ordens de não deixarem ninguém se aproximar.
Acredito que para tomar uma decisão de tamanha responsabilidade e com possibilidade de desdobramentos graves, o Coronel tenha se comunicado com os seus superiores, em São Paulo ou até em Brasília.
Os policiais federais e os heróis do ministério público certamente entraram em contato com Moro, em Curitiba, onde ele estava com parlamentares da oposição e honra acima de quaisquer suspeitas, inclusive Bolsonaro, com fogos de artifício, para receber Lula.
E assim Lula não foi para Curitiba, seqüestrado, e o interrogatório, que se pretendia longo e extenuante, durou apenas alguns minutos, com Lula sendo posto em liberdade.
Agora leia (ou releia) o que escrevi sobre os militares, hoje de manhã, some com a atitude do Coronel Comandante, no caso Congonhasgate, e tire as suas conclusões, porque mais não digo.
Rio, 09/03/2016.