Alckmin será cassado por sua pedalada fiscal?

Enquanto a presidente Dilma Rousseff vem sendo alvo de um golpe parlamentar sob a acusação de ter usado recursos de bancos oficiais para pagar programas sociais, ressarcindo depois as instituições federais, há um caso muito mais grave em São Paulo; no principal estado governado pelo PSDB, Geraldo Alckmin usou recursos do Metrô e depois, simplesmente, deu calote de R$ 333 milhões na empresa; quem denuncia a "pedalada" é o jornal O Globo; até recentemente, Alckmin dizia que a presidente não deveria ser afastada pelo que chamava de "motivo fútil", pois, segundo ele, todos os governadores e prefeitos estariam ameaçados; depois, Alckmin mudou de ideia e passou a apoiar o golpe; a questão é: ele também será cassado?



SP 247 – O que embasa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff? A tese de que ela teria cometido "pedaladas fiscais", ao usar recursos de bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, para pagar programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, e programas de governo, como o Plano Safra.

No caso federal, os recursos antecipados pelos bancos públicos foram integralmente ressarcidos pelo Tesouro Nacional às instituições, sem prejuízo para os bancos.

No entanto, há uma "pedalada fiscal" muito mais grave em São Paulo. No maior estado administrado pelo PSDB, o governador Geraldo Alckmin usou recursos do Metrô, uma empresa estadual, mas decidiu não pagar o que seria devido. Resultado: um calote de R$ 333 milhões na empresa pública, que transporta passageiros com vagões lotados em São Paulo. A denúncia está na edição de hoje do jornal O Globo (leia aqui).

Insegurança jurídica

Coincidência ou não, em setembro do ano passado, Alckmin reuniu empresários em São Paulo para explicar por que era contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele afirmou que se ela fosse afastada por um "motivo fútil" como as pedaladas, haveria enorme insegurança jurídica no País e todos os prefeitos e governadores também poderiam ser afastados se não tivessem maiorias nas assembleias legislativas ou nas câmaras de vereadores (leia mais aqui).

Só não se sabe se, naquele momento, já ciente da pedalada fiscal contra o Metrô, Alckmin já falava em causa própria.
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