Diretores do Ministério pediram demissão nesta segunda-feira
Com duras críticas à gestão de Ricardo Barros no Ministério da Saúde, o diretor do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, deixou o cargo. Em carta aberta, ele enumera uma série de fatores que teriam pesado na decisão de sair do posto que ocupava nos últimos três anos e questiona, inclusive, a presença da vice-governadora Cida Borghetti, esposa de Barros, entre os representantes brasileiros da Assembleia Mundial de Saúde, que aconteceu na Suíça na semana passada. As assessorias da vice-governadora e do ministério informaram que a viagem de Cida foi custeada com recursos próprios, sem uso de dinheiro público.
Mesquita havia sido mantido no cargo na transição entre o governo Dilma e Temer e questionou a competência a nomeação de Barros. Em entrevista à Gazeta do Povo, disse que o novo ministro, no cargo há duas semanas, não tem conhecimento da área. “É um engenheiro, sem nenhuma relação com a saúde, apesar de ter sido gestor público, como prefeito”, comenta. Mesquita acrescenta que não é a primeira vez que um profissional de outro setor comanda o ministério, mas vê particularidades na situação “Quando o José Serra assumiu, vindo do Planejamento, chegou pedindo aumento de recursos. Já o Barros entrou falando em cortes”, exemplifica.
Para o ex-diretor – que se formou em Medicina na Universidade Estadual de Londrina e atuou como gestor de saúde em municípios como Toledo e Campo Mourão na década de 70 e 80 –, o novo ministro enfraqueceu a área ao defender a diminuição do Sistema Único de Saúde (SUS). “Não é uma questão pessoal. Eu nem o conheço”, disse. Mesquita ainda comenta que, em meio a epidemias de dengue e zika, o ministério está sem ninguém ocupando o cargo de diretor de Doenças Infectocontagiosas.
Sobre o dilema entre permanecer no governo para continuar fazendo o trabalho que vinha desempenhando e “pular fora” alertando para rumos que considera equivocados, Mesquita escolheu a segunda saída. “Agora vou lutar pelas coisas que eu acredito do lado de fora”, diz. Ele trabalhou durante oito anos na Organização Mundial da Saúde (OMS) e pretende continuar atuando na área. Gazeta do Povo
Com duras críticas à gestão de Ricardo Barros no Ministério da Saúde, o diretor do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, deixou o cargo. Em carta aberta, ele enumera uma série de fatores que teriam pesado na decisão de sair do posto que ocupava nos últimos três anos e questiona, inclusive, a presença da vice-governadora Cida Borghetti, esposa de Barros, entre os representantes brasileiros da Assembleia Mundial de Saúde, que aconteceu na Suíça na semana passada. As assessorias da vice-governadora e do ministério informaram que a viagem de Cida foi custeada com recursos próprios, sem uso de dinheiro público.
Mesquita havia sido mantido no cargo na transição entre o governo Dilma e Temer e questionou a competência a nomeação de Barros. Em entrevista à Gazeta do Povo, disse que o novo ministro, no cargo há duas semanas, não tem conhecimento da área. “É um engenheiro, sem nenhuma relação com a saúde, apesar de ter sido gestor público, como prefeito”, comenta. Mesquita acrescenta que não é a primeira vez que um profissional de outro setor comanda o ministério, mas vê particularidades na situação “Quando o José Serra assumiu, vindo do Planejamento, chegou pedindo aumento de recursos. Já o Barros entrou falando em cortes”, exemplifica.
Para o ex-diretor – que se formou em Medicina na Universidade Estadual de Londrina e atuou como gestor de saúde em municípios como Toledo e Campo Mourão na década de 70 e 80 –, o novo ministro enfraqueceu a área ao defender a diminuição do Sistema Único de Saúde (SUS). “Não é uma questão pessoal. Eu nem o conheço”, disse. Mesquita ainda comenta que, em meio a epidemias de dengue e zika, o ministério está sem ninguém ocupando o cargo de diretor de Doenças Infectocontagiosas.
Sobre o dilema entre permanecer no governo para continuar fazendo o trabalho que vinha desempenhando e “pular fora” alertando para rumos que considera equivocados, Mesquita escolheu a segunda saída. “Agora vou lutar pelas coisas que eu acredito do lado de fora”, diz. Ele trabalhou durante oito anos na Organização Mundial da Saúde (OMS) e pretende continuar atuando na área. Gazeta do Povo