Funcionários da CIA sob a administração Trump conspiraram para sequestrar e assassinar o jornalista e fundador do Wikileaks Julian Assange quando ele estava refugiado na embaixada do Equador em Londres, uma nova reportagem revelou. A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) afirma que os planos, se verdadeiros, podem significar que nenhum jornalista ou fonte estaria a salvo e representariam uma grave ameaça à liberdade de imprensa.
Reportagem publicada pelo Yahoo News citando mais de 30 ex-funcionários estadunidenses revelou que a CIA teria planejado assassinar Julian Assange, pois temiam que ele pretendesse fugir para a Rússia da embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou durante sete anos.
Segundo as autoridades citadas, os planos da CIA incluíam um “potencial tiroteio com agentes do Kremlin nas ruas de Londres, bater com um carro contra o veículo de fuga de Assange ou disparar os pneus do seu avião para impedir que ele decolasse”, disseram os investigadores.
“Seria como um filme de fuga da prisão”, disse aos investigadores um ex-alto funcionário da administração.
Julian Assange, fundador do WikiLeaks e portador da carteira internacional de jornalista da FIJ, está atualmente encarcerado na prisão de Belmarsh, no Reino Unido, enquanto enfrenta um processo de extradição para os Estados Unidos para enfrentar acusações de hacking e publicação de milhares de documentos confidenciais, especialmente sobre os crimes cometidos pelos EUA durante a guerra no Iraque e Afeganistão, há uma década. Se condenado, ele pode ser sentenciado a 175 anos de prisão.
A FIJ tem apelado reiteradamente para que as acusações contra Assange sejam retiradas, que o procedimento de extradição seja suspenso e por sua imediata libertação.
O secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger, afirmou: “Se estas acusações forem verdadeiras, lançariam uma longa sombra sobre todo o jornalismo independente e provariam uma vez mais que a extradição de Assange para os Estados Unidos colocaria a sua vida em grave risco. Pedimos uma investigação completa e que as autoridades britânicas o libertem imediatamente”.