O papa Francisco fez uma crítica social ao Vaticano durante um encontro com lideranças de associações de fiéis, movimentos eclesiais e de novas comunidades realizado pelo Dicastério para os Laicos, a Família e a Vida.
"Tanta pobreza, tanta miséria... penso em nós, aqui no Vaticano, que lamentamos quando o ponto do macarrão não está bem cozido, quando há pessoas no mundo que não tem o que comer", disse aos presentes ao falar sobre os problemas do mundo e da crise social.
Durante o longo encontro, Francisco também aproveitou para criticar os líderes religiosos que se "eternizam" em suas funções em todo tipo de organização da Igreja Católica.
"O exercício de governo no interior das associações e dos movimentos é um tema que está, particularmente, em meu coração, sobretudo considerando os casos de abusos de várias naturezas que foram verificados também nessa realidade e que encontram suas raízes sempre no abuso de poder", disse aos presentes.
Lembrando de um decreto promulgado pela Santa Sé em 11 de junho deste ano, que interveio nas estruturas das organizações católicas de todo o mundo, Francisco afirmou que esse movimento de "reestruturação" não é fácil.
"E eu não penso só nessas situações tão feias, que geram rumores. Mas, também nas doenças que surgem do enfraquecimento do carisma fundamental, que torna-se tépido e perde a capacidade de atração. Os cargos de governança que lhes são confiados nas agregações laicas às quais vocês pertencem, não são nada além do que um chamado para servir", pontuou ainda.
O chefe da Igreja Católica ainda comentou sobre o que chamou de "deslealdade", quando os líderes das entidades querem servir à Igreja, mas também ao dinheiro - o que não é possível de fazer em um cargo do tipo.