O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), as Comissões de Mulheres Jornalistas da FENAJ e do Sindjorce, além das entidades abaixo assinadas, vêm a público se solidarizar com a jornalista Priscila Ipirajá, alvo de ataques virtuais, difamação e até ameaça de morte desferidas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL).
No último sábado (30/10), ao participar de uma festa de Halloween com cerca de dez amigos, a jornalista gravou o cenário temático, que entendeu como um protesto, uma forma de demonstrar a indignação das pessoas com o atual governo e a forma como conduziu a crise sanitária.
A decoração da festa tinha, entre outros elementos, imagens satíricas de Jair Bolsonaro e um de seus filhos, com seus nomes escritos em lápides. Não de forma isolada, mas dentro de um contexto com o tema da reunião, a jornalista postou vídeos e fotos em seu perfil numa rede social. Desde então, vem sendo alvo de ataques virtuais que extrapolam a discordância política e com distorção dos fatos. São ofensas a sua honra e dignidade até ameaças de morte.
Em menos de uma hora, a jornalista recebeu mais de mil mensagens, públicas e no privado, em seu perfil e bateu mais de 10 mil visualizações nos stories. “Prostituta”, “Ratazana”, “Lixo humano. Espero que você morra”, “Jornazista”, “Putinha, piranha”, “morre, petista de merda” e “vou acabar com a tua vida” foram alguns dos xingamentos. Diante da reação, ela apagou os vídeos e as fotos. Ainda assim, pessoas continuaram a proferir palavras de baixo calão e ameaças em diversas outras postagens dela, inclusive, em outra rede social.
O Sindjorce e as Comissões de Mulheres da FENAJ e do Sindjorce reiteram apoio irrestrito à profissional que, em momento algum, desejou a morte ou fez apologia ao crime. Suas postagens reproduziram ao cenário do local, entendido como forma de protesto.
Grave mesmo é o genocídio praticado pelo governo brasileiro, que foi negligente na condução da crise do novo coronavírus, recusando ofertas de vacinas e defendendo tratamento com medicamentos sem eficácia comprovada, o que resultou em mais de 600 mil vindas perdidas.
O Sindjorce vem prestando apoio psicológico à jornalista e coloca a assessoria jurídica à disposição da trabalhadora, ao mesmo tempo em que exige das autoridades estaduais a apuração dos crimes contra sua honra e das ameaças de morte que sofreu.
Fortaleza, 1° de novembro de 2021
- Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce)
- Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)
- Comissão de Mulheres da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)
- Comissão de Mulheres do Sindjorce
- Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira)
- Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT/CE)
- Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Ceará
- Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Ceará – Fetamce
- Sindicato dos Servidores Públicos de Maracanaú (Suprema)
- Sindicato dos Servidores Públicos de Quixadá e Região
- Mandato da Deputada Estadual Augusta Brito (PCdoB)
- Mandato do Deputado Estadual Elmano Freitas (PT)
- Mandato do Deputado Estadual Guilherme Sampaio (PT)
- Mandato da Vereadora Larissa Gaspar (PT)
- Mandato do Vereador Ronivaldo Maia (PT)
- Coletivo Marias
- Casa de Cultura e Defesa da Mulher Chiquinha Gonzaga
- Resistência Feminista/ PSOL
- Movimento Luta de Classes – MLC
- Movimento de Lutas nos bairros, vilas e favelas (MLB-CE)
- União Brasileira de Mulheres – Ceará (UBM-CE)
- União da Juventude Rebelião – UJR