Washington teme que Moscou esteja preparando uma invasão do território ucraniano. Russos negam e querem garantias de que a Otan não irá se expandir naquela região.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou preocupação e falou sobre possíveis sanções à Rússia em uma reunião virtual com Vladimir Putin nesta terça-feira (7) para tratar da escalada das tensões sobre a Ucrânia, informou a Casa Branca em um comunicado.
"O presidente Biden expressou profundas preocupações dos Estados Unidos e de nossos aliados europeus sobre a escalada de forças da Rússia em torno da Ucrânia", disse o governo americano.
"Os EUA e nossos aliados responderiam com fortes medidas econômicas entre outras medidas no caso de uma escalada militar", afirmou a Casa Branca. Acusada de preparar uma invasão ao país vizinho, a Rússia culpa seus rivais ocidentais de ameaçar sua segurança.
Já o presidente russo se queixou do potencial militar crescente da Otan em suas fronteiras devido ao seu apoio à Ucrânia e pediu "garantias" de que a Aliança Atlântica não se expandirá para o leste.
"A Otan está empreendendo tentativas perigosas de usar o território ucraniano e desenvolve seu potencial militar em nossas fronteiras, e é por isso que a Rússia tem um interesse sério em [obter] garantias jurídicas seguras que descartem uma expansão da Otan no leste", informou o Kremlin em um comunicado.
O presidente americano e o seu homólogo russo já conversaram diversas vezes por telefone e se encontraram em junho em Genebra, um encontro que a administração Biden considerou positiva no processo para criar uma relação "estável e previsível".
Washington, a Otan e Kiev acusam Moscou de mobilizar tropas na fronteira com a Ucrânia para atacar o país, repetindo o cenário de 2014, quando os russos anexaram a península da Crimeia. Desde então, mais de 13.000 pessoas morreram no conflito.
👆 Vacas pastam perto de um tanque e militares supostamente russos, em frente a uma base militar em Perevalnoye, perto de Simferopol, na Crimeia — Foto: Shamil Zhumatov/Reuters
Por outro lado, para Moscou, a presença de países da Otan no Mar do Norte, a vontade da Ucrânia de aderir à Aliança Atlântica e a ambição de Kiev de se armar com o apoio ocidental são ameaças demais à Rússia, embora o Kremlin negue qualquer plano de invadir seu vizinho.
"Nosso presidente (Putin) está pronto para expressar suas preocupações a seu colega americano, ouvir suas preocupações e dar explicações", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
Acesse aqui no G1 e veja esse conteúdo na integra.