A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta quarta-feira (12), por ampla maioria, uma resolução condenando "a anexação ilegal" pela Rússia de quatro territórios da Ucrânia. Moscou havia vetado uma resolução semelhante no Conselho de Segurança no fim de setembro.
A resolução, apresentada por Albânia e Ucrânia e co-patrocinada por cerca de 70 países, foi aprovada por 143 votos a cinco (Rússia, Belarus, Coreia do Norte, Nicarágua e Síria) e 35 abstenções, entre elas as de China, Bolívia, Argélia, Paquistão, Honduras e Mali.
Intitulada "Integridade Territorial da Ucrânia: Defesa dos Princípios da Carta das Nações Unidas", o texto declara que "os atos ilícitos (referindo-se aos referendos realizados pela Rússia em Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporíjia em 23 de 27 de setembro) não têm validade e não servem para modificar, de forma alguma, o status dessas regiões na Ucrânia". A resolução pede que os Estados, organizações internacionais e agências especializadas da ONU "não reconheçam nenuma modificação do status" dessas regiões e exige que a Rússia "revogue imediata e incondicionalmente suas decisões", que "constituem uma violação da integridade territorial e soberania da Ucrânia e são incompatíveis com os princípios da Carta das Nações Unidas."
Da mesma forma, o documento pede que a Rússia "retire imediatamente, por completo e sem condições, todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente".
A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, havia pedido aos países da organização que enviassem uma mensagem de que "o mundo não irá tolerar que um país se aproprie de terreno de um vizinho à força". "Hoje é a Rússia que está invadindo a Ucrânia, mas amanhã o território de outra nação pode ser violado. Pode ser você. Você pode ser o próximo", advertiu os presentes.
Vitória diplomática
"O que está em jogo nesse conflito é claro para todos e o mundo enviou uma mensagem clara em resposta: a Rússia não pode varrer um Estado soberano do mapa", declarou em comunicado o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Com a resolução, a comunidade internacional "critica abertamente a Rússia por sua agressão à Ucrânia", destacou o secretário de Estado americano, Antony Blinken. Essa é a terceira derrota que a comunidade internacional impõe à Rússia na ONU, desde que o país invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, e coincide com o aumento dos bombardeios contra civis e a infraestrutura civil ucraniana.
A União Europeia, principal defensora da resolução, e os Estados Unidos, comermoram uma nova vitória diplomática contra Moscou, que permanece isolada em sua guerra. "A Rússia se isolou. Ela é a única que pode interromper o sofrimento. É hora de encerrar a guerra já", declarou a embaixadora britânica, Barbara Woodward, após a votação.
(Com informações da AFP).