Grupo Wagner avança em direção a Moscou; Praça Vermelha é fechada

Putin deixou claro que aqueles que traíram a Rússia, levantando armas contra seus próprios companheiros de combate, enfrentarão as consequências de suas ações

247 - A rebelião armada do grupo PMC Wagner, que promove uma tentativa de insurreição armada contra a Rússia, avança em direção a Moscou, de acordo com o canal Rybar. “Um posto de controle foi  quebrado por uma coluna PMC na rodovia M4 perto do rio Ikorets ao sul de Voronezh”, destaca o canal.

“Postos de controle semelhantes estão sendo construídos na fronteira das regiões de Tula e Moscou. Há também a linha onde as colunas rebeldes de PMCs devem ser detidas a todo custo”, diz ainda a fonte.

“Além do Ministério de Assuntos Internos e tropas da Guarda Russa, unidades adicionais do Ministério da Defesa da Rússia foram enviadas para Moscou a partir das regiões por aeronaves de transporte militar”, indica o canal. 

Ainda de acordo com informações da agência de notícias Reuters, soldados russos teriam posicionado uma metralhadora na periferia de Moscou. A Praça Vermelha foi fechada por policiais.

De acordo com a agência, o jornal Vedomosti informou que a arma havia sido montada na extremidade sudoeste da cidade.

No discurso proferido no sábado (24), o presidente russo Vladimir Putin anunciou que as forças russas receberam ordens para neutralizar aqueles que organizaram uma rebelião armada contra o país, segundo informa a agência Sputnik. Putin deixou claro que aqueles que traíram a Rússia, levantando armas contra seus próprios companheiros de combate, enfrentarão as consequências de suas ações. O pronunciamento ocorreu depois que o chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, defendeu uma rebelião armada.

Durante seu discurso, Putin ressaltou a importância da união e da responsabilidade para enfrentar essa batalha crucial pelo destino do povo russo. Ele enfatizou que qualquer conflito interno que possa ser explorado por inimigos externos deve ser deixado de lado, pois isso enfraquece a nação. O presidente russo condenou a tentativa de dividir a sociedade como uma traição e um golpe nas costas do país.

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Chefe do Grupo Wagner ameaça realizar "marcha por justiça" contra governo russo

Prigozhin prometeu liderar uma "marcha por justiça" em direção a Moscou, buscando confrontar o que ele chamou de "mal" na liderança militar russa

(Foto: REUTERS/Igor Russak)

247, com informações da BBC — Yevgeny Prigozhin, líder do grupo mercenário Wagner, está sob investigação por incitar a insubordinação, após acusar as Forças Armadas russas de lançarem um ataque de mísseis fatal contra suas tropas.

Em reviravolta, Prigozhin prometeu liderar uma "marcha por justiça" em direção a Moscou, buscando confrontar o que ele chamou de "mal" na liderança militar russa. No entanto, as autoridades negaram veementemente o ataque e exigiram que ele cessasse suas "ações ilegais".

O presidente Putin foi informado da situação e seu porta-voz afirmou que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas para lidar com o caso.

A ação proposta por Prigozhin representa uma escalada alarmante do conflito interno na Rússia. O Grupo Wagner é conhecido por ser uma organização paramilitar que tem atuado ao lado das forças russas na Ucrânia. Nos últimos meses, Prigozhin tem se tornado cada vez mais crítico em relação à liderança militar do país.

Em uma mensagem de áudio compartilhada na plataforma de mídia social Telegram, ele alegou que um grande número de seus combatentes foi morto em um ataque realizado pelas próprias Forças Armadas russas contra um acampamento do Wagner. No entanto, até o momento, Prigozhin não apresentou qualquer evidência para sustentar suas acusações.

"Os responsáveis pela morte de nossos companheiros e pelas dezenas de milhares de vidas de soldados russos na guerra na Ucrânia serão punidos", afirmou Prigozhin.

Ele também fez um apelo aos seus seguidores para que não resistissem à marcha planejada e alertou que qualquer forma de oposição seria considerada uma ameaça e tratada como tal. No entanto, Prigozhin ressaltou que suas ações não interfeririam nas operações das tropas russas.

O general Sergei Surovikin, vice-chefe das forças russas na Ucrânia, cuja liderança já foi elogiada por Prigozhin, fez um apelo para que o líder do Wagner interrompesse seus planos e ordenou que os comboios retornassem às suas bases.

"Somos da mesma linhagem, somos guerreiros", disse Surovikin em um vídeo. "Você não deve jogar nas mãos do inimigo em um momento tão difícil para o nosso país."

Segundo relatos da mídia estatal russa, o Serviço Federal de Segurança (FSB) abriu um processo criminal contra Prigozhin, acusando-o de incitar uma rebelião armada e de tentar provocar um conflito civil armado na Rússia. Além disso, o FSB teria solicitado aos combatentes do Wagner que desobedecessem às ordens de Prigozhin e tomassem medidas para capturá-lo.

O Ministério da Defesa russo divulgou um comunicado afirmando que todas as alegações feitas por Prigozhin nas redes sociais sobre ataques russos aos acampamentos do Wagner são "falsas e constituem uma provocação informativa".

O Kremlin também se pronunciou sobre o assunto, declarando que "medidas necessárias estão sendo tomadas", de acordo com a agência de notícias russa Interfax.

Enquanto isso, o Ministério da Defesa da Ucrânia divulgou uma breve declaração em suas redes sociais, afirmando: "Estamos acompanhando a situação".

Essa crescente tensão e ameaça de uma marcha em direção a Moscou colocam em evidência a profundidade dos conflitos internos na Rússia e levantam sérias preocupações sobre a estabilidade política do país. À medida que a situação se desenrola, o mundo observa com cautela os desdobramentos dessa crise interna e seus possíveis impactos tanto dentro quanto fora das fronteiras russas.

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