'Rodrigo Pacheco tenta agradar a bancada ruralista a fim de viabilizar sua campanha ao governo de Minas em 2026', escreve o colunista Alex Solnik
Rodrigo Pacheco (📷: Pedro França/Agência Senado)
O que aconteceu com o presidente do Senado?
Até o ano passado era o vigilante defensor das instituições democráticas sistematicamente atacadas pelo presidente da República da época, cujo alvo principal sempre foi, desde a campanha de 2018, o STF.
“Basta um soldado e um cabo para fechar o STF” ameaçou seu filho, Eduardo. E o pai nunca desmentiu. Aliás, ministros do STF foram os principais agraciados com seus palavrões - depois das jornalistas.
E eis que no ano da graça de 2023, no exato momento em que o Supremo está julgando os golpistas de 8/1 e se prepara para julgar o então presidente da República e seu entorno, Pacheco tira da gaveta uma PEC adormecida desde 2021 que fragiliza o STF ao interferir em seu funcionamento. E já vai colocar a voto outra, que limita o mandato dos ministros.
É evidente que fragilizar o STF neste momento não interessa à democracia, interessa a Bolsonaro e a seus aliados.
Aparentemente, Pacheco tenta agradar a bancada ruralista a fim de viabilizar sua campanha ao governo de Minas em 2026.
Se o preço que topa pagar é esse, sua imagem de democrata fica trincada e sua campanha começa muito mal.
Um soldado e um cabo não fecham o STF. Mas um presidente do Senado pode atrapalhar bastante.
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos".
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Via 247