Diabetes foi a doença mais pesquisada no Google no último ano. Ao menos 16 milhões de brasileiros vivem com a enfermidade, mas estima-se que boa parte nem saiba disso, segundo a Federação Internacional de Diabetes.
Por Emily Santos, g1
Pelo menos 16 milhões de pessoas vivem com diabetes no Brasil — Foto: Peejhunt para Pixabay
Sete em cada dez pessoas com diabetes só descobrem que têm a doença após desenvolverem complicações, como dificuldade de cicatrização, segundo o Atlas da Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês).
➡️ Uma das enfermidades mais comuns, a diabetes lidera as buscas na internet: nos últimos 12 meses, foi a doença mais pesquisada no Google no Brasil em uma lista de 766, segundo dados do Google Trends compilados a pedido do g1.
🚨 Alerta: Por ser silenciosa, é frequente o diagnóstico tardio. No Brasil, pelo menos 16 milhões de pessoas vivem com diabetes, mas a estimativa é que boa parte delas ainda não saiba disso.
📈 Aumento: Para os próximos anos, a projeção é que o país tenha 19,2 milhões de pessoas com diabetes até 2030 e chegue a 23,2 milhões em 2045.
👉 Ter o diagnóstico o quanto antes é fundamental para adotar uma mudança no estilo de vida e, assim, evitar uma série de problemas, que podem afetar olhos, rins, circulação sanguínea e até o sistema nervoso. Abaixo, veja quais são os sinais de diabetes e fique atento.
O que é diabetes
Diabetes é uma doença crônica (que não tem cura e não se resolve em um curto período), que resulta do aumento da glicose (açúcar) no sangue.
🔬 Quando a glicemia (concentração de glicose) está alta, a capacidade do corpo de eliminar os radicais livres (moléculas liberadas pelo organismo que podem causar morte celular) é reduzida, o que compromete o metabolismo de diversas células.
🩸 Por essa razão, pessoas com diabetes podem sofrer com dificuldade de cicatrização, já que as células responsáveis por esse processo são afetadas pelos radicais livres e não conseguem atuar como deveriam. Além disso, a má circulação sanguínea também prejudica a cicatrização.
Existem quatro tipos principais da doença: pré-diabetes — que acontece quando o nível de glicose está alto, mas ainda é anterior ao quadro de diabetes —, diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 e diabetes gestacional.
Sinais de alerta da diabetes
Muitas vezes, os sintomas de diabetes passam despercebidos. São alguns deles:
- perda de peso acentuada;
- vontade de ir ao banheiro repetidamente durante a noite e urina volumosa (muita urina);
- sede exagerada; e
- visão turva.
Esses sinais aparecem na fase da pré-diabetes, quando o nível da glicose no sangue já é preocupante, mas ainda não configura diabetes.
➡️ Segundo Melanie Rodacki, que é vice-presidente do Departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o ideal é receber o diagnóstico nessa fase, quando é possível tentar evitar as complicações e um diagnóstico definitivo de diabetes.
Como é feito o diagnóstico de diabetes
Deve ser feita uma medição do nível de glicose por meio de exames de sangue de rotina.
De acordo com Melanie Rodacki, pessoas com mais de 45 anos devem fazer o exame pelo menos uma vez por ano.
Outros exames também servem para fazer o rastreamento [da glicose], como a hemoglobina glicada, que é uma medida da glicose no sangue que avalia o controle nos últimos três meses. A hemoglobina glicada de 6,5 para cima também é um critério para diagnóstico de diabetes.
— Melanie Rodacki, endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
🚨 ALERTA: A diabetes é uma doença que não tem rosto ou idade e não discrimina. Então, apesar de haver maiores incidência e chances de complicações para pessoas com mais de 45 anos, acima do peso e sedentárias, ela também acomete pessoas que não têm essas características.
Para evitar a pré-diabetes ou tratar esse quadro, uma mudança no estilo de vida e alimentação mais balanceada são fundamentais.
Diabetes tipo 1
Aplicação de insulina em paciente com diabetes. — 📷: Science Photo Library
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, causada pela destruição das células beta que produzem insulina no pâncreas.
Esse tipo da doença costuma aparecer de uma forma mais abrupta e já com um nível de glicose muito alto, segundo Melanie Rodacki.
“Geralmente, quando as pessoas passam mal de repente e vão parar na emergência - até pessoas mais jovens, que são diagnosticadas com diabetes - , há grandes chances de ser a do tipo 1”, explica a médica.
No diabetes tipo 1, há um fator genético associado, mas também existem fatores ambientais que não entendemos totalmente quais são. Isso é algo que ainda está em estudo.
— Melanie Rodacki, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Neste tipo de diabetes, como o sistema de produção de insulina do corpo não funciona devidamente, é comum que as pessoas com o diagnóstico precisem aplicar insulina para compensar a falta de produção natural.
Essa insulina vai ajudar a manter o açúcar no sangue sob controle e evitar a alta da glicose.
Diabetes tipo 2
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