Novo secretário nacional de Segurança defende maior integração entre MP e polícias

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo, defendeu uma maior integração entre o Ministério Público Federal, os MPs estaduais e as polícias civil e militar na segurança pública. As declarações foram feitas em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Mário Luiz Sarrubbo vai assumir a Secretária Nacional de Segurança Pública

Sarrubbo irá assumir o cargo de secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Foi convidado por Ricardo Lewandowski, futuro ministro da pasta.

Na entrevista, disse que embora não tenha atuado diretamente em casos envolvendo crime organizado, colaborou com a reestruturação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em São Paulo ao assumir a chefia do MP estadual.

“Como promotor de Justiça, eu tive alguns casos importantes, mas eu não fui propriamente na atividade um promotor de Justiça que combateu o crime organizado. Até porque eu sou velho, tenho 34 anos de carreira. Sou procurador, estou em segunda instância desde 2011, e de lá para cá [estou] atuando em ordens de administração superior”, afirmou.

De acordo com ele, há no horizonte a criação de uma espécie de Gaeco nacional. O objetivo é fortalecer a luta contra organizações criminosas e tem como inspiração operações exitosas feitas em conjunto por Gaecos de oito estados em operações de apreensão, prisões e confisco de bens.

Sarrubbo também defende as saídas temporárias e o uso de câmeras nos uniformes policiais. “Os índices demonstram com muita clareza que o número de presos que não retornam na saída temporária é ao redor de 4%”, afirmou.

Ponderou, no entanto, que é preciso “ter um olhar muito cuidadoso porque existem fatos que são graves que nos tocam demais como, por exemplo, o assassinato de um policial em Belo Horizonte por um criminoso que estava em saída temporária”.

Sobre as câmeras corporais, destacou que os dados indicam a diminuição da letalidade policial e da morte de policiais, além de ajudar na produção de provas. “Mas isso vai ser discutido no âmbito do Ministério (da Justiça), eu sou entusiasta. Só no momento que nós estivermos (na pasta) é que vamos tomar decisões sobre eventuais políticas de incentivo do uso de câmeras”, disse.

Perfil
Sarrubbo é procurador-geral de Justiça de São Paulo desde 2020, quando foi escolhido pelo então governador João Doria. Em 2022, ele foi reconduzido ao cargo após ser o mais votado em eleição interna do Ministério Público paulista. Na ocasião, obteve 1.385 votos, seguido de Marcos Ihara Hideki (301) e Fábio Kalaf (242).

Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e com mestrado pela PUC-SP, Sarrubbo atua no MP-SP desde 1989. No órgão, foi subprocurador-geral de Justiça de Políticas Criminais e Institucionais.

Ele já atuou como professor na Escola Superior do MP-SP e na Escola Superior de Advocacia de São Paulo e atualmente leciona Direito Penal na Faap.

Sarrubbo também foi diretor da Associação Paulista do Ministério Público do Estado de São Paulo (APMP), dirigiu o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional da Escola Superior do MP-SP, presidiu o Colégio de Diretores de Escolas de Ministérios Públicos Brasileiros e integrou o Conselheiro Superior do Ministério Público.

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