Após quatro meses como prefeita de Limoeiro, Dilmara Amaral é afastada pela Câmara

Por Inácio Aguiar, inacio.aguiar@svm.com.br 

Vereadores, quase por unanimidade, aceitaram denúncia contra a gestora; prefeito afastado pediu nova licença


Presidente da Câmara, Darlyson Paxá deve assumir o Município. Foto: Reprodução Inácio Aguiar

O retorno da estabilidade política em Limoeiro do Norte durou pouco. Apenas quatro meses depois após ter dado posse a Dilmara Amara como prefeita em substituição a José Maria Lucena, a Câmara Municipal da cidade, aprovou o afastamento da gestora. Com a decisão quase unânime dos vereadores, o presidente da Casa, Darlyson Paxá, assume o Executivo Municipal. 

Ao mesmo tempo em que a Câmara Municipal votava o afastamento da prefeita em exercício nesta quinta-feira, o prefeito José Maria Lucena, que já estava afastado, renovou sua licença do cargo por mais 30 dias. 

Desde o início do ano passado, Limoeiro do Norte enfrenta instabilidades política. José Maria Lucena, o prefeito eleito em 2020, começou a se ausentar com frequência do Município, chegando a passar meses sem aparecer na cidade. Aos 78 anos, ele enfrenta graves problemas de Saúde. 

Após uma grande repercussão que começou na cidade e tomou os meios de comunicação estaduais, o prefeito apresentou um pedido de licença e Dilmara assumiu o cargo. 

Desde então, a gestão pública da cidade está envolta em diversos problemas. Agora, Dilmara é afastada, aprofundando a crise no município.

'Sumiço' do prefeito

O agora prefeito licenciado José Maria Lucena é investigado há mais de um ano pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) após denúncias de que ele não estaria exercendo as funções de gestão, que supostamente estariam sendo colocadas em prática por secretários e mesmo terceiros. 

Após tentar realizar audiências com o gestor, que faltou, alegando estar passando por tratamento médico em Fortaleza; o MPCE ajuizou ação por improbidade administrativa contra Lucena na última segunda-feira (9).

No documento, o órgão pedia, "para evitar a iminente prática de novos ilícitos", o afastamento do prefeito do cargo por 90 dias, além da devolução dos salários recebidos por ele em 2023 "sem efetivamente trabalhar". O valor devolvido seria de R$ 166.500 mil, além de multa, totalizando R$ 333 mil. 

Além disso, o Ministério Público pede que José Maria Lucena perca os direitos políticos. 

Na terça-feira (10), a Justiça tomou a primeira decisão sobre o caso, mas atendendo a pedido de uma ação popular que também cobrava o afastamento do gestor municipal. A desembargadora Maria Vilauba Fausto Lopes determinou que um hospital privado de Fortaleza envie à Justiça toda a documentação médica sobre a real situação de saúde de José Maria Lucena.

A magistrada também indicou que seja realizada uma perícia médica, pela Perícia Forense do Ceará, sobre o estado de saúde de Lucena.

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