"Ser rotulado de 'perseguido' é sua última cartada", avalia Alex Solnik
Jair Bolsonaro e presídio federal de segurança máxima (Foto: Reuters | Agência Brasil )
Depois de uma semana em que o sobrenome Bolsonaro ficou fortemente associado tanto ao assassinato de Marielle quanto à intentona de 8/1, e em que o filho 02 teve computadores apreendidos e o 01 se envolveu no sumiço de um jet-ski, em razão das revelações sobre a Abin Paralela, o chefe do clã assestou sua artilharia contra o STF e o TSE.
Ao dizer, ontem, que “o TSE trabalhou para eleger Lula”, o ex-presidente acusou os ministros de um crime gravíssimo que, se cometido, dá uma cadeia brava.
Mas, se a acusação não for verdadeira, o criminoso, por suspeita do crime de calúnia, passa a ser ele.
Mas a declaração é mais grave ainda.
Se a eleição foi fraudada, justifica-se a invasão dos Três Poderes.
Em outras palavras, ele acusou o STF de condenar “cidadãos de bem” que tão somente protestavam contra a fraude eleitoral.
Bolsonaro colocou Alexandre de Moraes numa sinuca de bico. Se prendê-lo agora, ganha a pecha de ditador; se não prendê-lo, vira covarde.
Bolsonaro quer ser preso para se passar por vítima de perseguição e assim tentar salvar a sua pele e as de seus filhos perante seus eleitores e, em consequência, o futuro político do clã.
Ser rotulado de “perseguido” é sua última cartada.
Mas não creio que Moraes vai cair nessa armadilha.
Este artigo não representa a opinião do Blog e é de responsabilidade do colunista Alex Solnik