Órgãos internacionais de defesa à liberdade de imprensa encararam a condenação como uma tentativa de reprimir o jornalismo investigativo no país
Fotografia de Clare Rewcastle Brown - Divulgação/ International Journalism Festival
Um julgamento surpresa realizado no último dia 7 de fevereiro na Malásia condenou a jornalista britânica Clare Rewcastle Brown à prisão após considerá-la culpada de difamar membros da realeza malaia.
Em 2018, a mulher lançou um livro investigativo em que faz uma apuração jornalística de um escândalo de corrupção envolvendo os monarcas do país. Durante o episódio, 4,6 bilhões de dólares foram desviados de um fundo nacional.
Segundo a corte malaia, porém, Brown difamou Nur Zahirah, sultana de Terengganu, na obra citada. O trecho que deu origem ao processo criminal é um único parágrafo em que a sultana é nomeada.
Durante uma entrevista à BBC, a repórter britânica afirmou que a condenação foi usada como vingança contra ela, a fim de puni-la por ter realizado um "jornalismo de interesse público"; o que não foi benéfico à família real da Malásia.
Conforme repercutido pelo portal Media Talks, a Federação Internacional de Jornalistas descreveu as ações do tribunal malaio como uma "tentativa flagrante" de "reprimir reportagens críticas", o que colocava a liberdade de imprensa no país em risco.