O caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em 14 de março de 2018, é um marco na luta contra as milícias no Rio de Janeiro. Marielle, uma defensora dos direitos humanos e da igualdade social, foi brutalmente assassinada, junto com seu motorista, Anderson Gomes, trazendo a público a necessidade urgente de combater os grupos criminosos no estado.
Neste contexto, recentes prisões realizadas pela Polícia Federal apontam para a profunda influência que essas milícias exercem, inclusive nos altos escalões das instituições policiais do Rio. Marielle, que dedicou sua carreira política a combater essas organizações criminosas, se tornou um símbolo de resistência e inspiração para muitos, inclusive para figuras políticas como Marcelo Freixo, seu mentor e ex-deputado federal.
Quem está por trás do crime?
Crédito: Pedro Ladeira
As investigações atuais conectam diretamente os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, conhecidos no cenário político carioca, ao assassinato de Marielle. Os irmãos foram presos, indicando uma possível garantia prévia de impunidade que eles poderiam ter obtido com a ajuda de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio. Este envolvimento de figuras tão influentes abre um novo capítulo na luta contra as milícias, sugerindo complicações e desafios nos níveis mais altos das instituições de segurança e justiça do Rio.
Qual o impacto das milícias na sociedade carioca?
As milícias têm uma longa história de terror no Rio, estabelecendo-se como grupos de autodefesa nas comunidades e se estendendo a diversas formas de extorsão. Carolina Grillo, coordenadora do Grupo de Estudos sobre Novos Ilegalismos da UFF, explica que estas organizações não só impõem taxas de proteção, mas também se apropriam de terras para lucro próprio. A ligação entre questões fundiárias e a atuação política desses grupos se torna evidente nas investigações, revelando o complexo desafio de enfrentar a influência das milícias.
Um momento de reflexão e ação
Diante das revelações trazidas pelas investigações, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, vê uma oportunidade para repensar as políticas de segurança no Brasil. Em homenagem a Marielle Franco na Câmara dos Deputados, o ministro destacou a necessidade de retomar o controle dos territórios dominados por essas organizações criminosas, levando cidadania e políticas públicas para combater o crescimento e a influência das milícias.