O deputado estadual Cláudio Pinho, da parte do PDT não governista, depois de criticar o modo governista de como está sendo conduzida a Assembleia Legislativa cearense, chegou a sugerir, que para satisfazer os instintos de alguns, o painel eletrônico que fica no plenário do Legislativo, poderia estar sendo violado, como foi o do Senado Federal, em 2001, motivando a renúncia dos mandatos dos senadores Antônio Carlos Magalhães, do Estado da Bahia, e de José Roberto Arruda, representante do Distrito Federal. Os dois queriam saber como os senadores haviam votado no processo de cassação do mandato de Luís Esteves, senador por Brasília. O voto da senadora Eloisa Helena, naquela votação (cassação do mandato de Luís Esteve), era o centro da curiosidade.
A oposição na Assembleia Legislativa cearense, pequena, mas porém valente, tem reclamado muito do “rolo compressor” dos governistas, sobretudo quanto a não ler permitir oportunidade de discutir as matérias encaminhadas pelo Governo à consideração dos deputados. O Governo nem pede regime de urgência, mas a liderança dele leva quase tudo a ser votado de urgência, ao ponto de um projeto ser lido no início da sessão, e em até três horas depois, ter sido aprovado. Além disso, quase todos os requerimentos, de deputado de oposição, pedindo informações a órgãos do Governo são rejeitados.
Cláudio Pinho está irritado com o fato de a Mesa Diretora da Assembleia, está se negando a lhe entregar vídeo da sessão ordinária do dia 15 de fevereiro de 2018, quando Evandro Leitão, enquanto líder do Governo Camilo Santana, justificou sua decisão de não apoiar o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar o avanço do narcotráfico no Ceará. Evandro não apenou negou apoio a CPI, como disse que não assinava o pedido de sua instalação, por temer pela sua vida e a de seus familiares. A oposição quer esse vídeo para mostrar, na campanha, o Evandro como um homem fraco.
Pinho, aproveitando o fato de a Assembleia ter que fazer sessão num plenário improvisado, por conta do incêndio que destruiu o Plenário 13 de maio, no dia 20 de junho passado, condenou o excesso de gastos do Poder Legislativo, descuidando-se da conservação do prédio, onde funcionam todos os serviços legislativos. O deputado condenou os gastos com distribuição de cozinhas e outros utensílios de produção de alimentos, com o intuito político de angariar votos nas eleições municipais deste ano, quando poderia, se dinheiro sobrando, depois de cuidar dos prédios do Legislativa, de iniciativa própria ou em convenio, montar um próprio restaurante para vender comida a preço de R$ 1 o prato.
A Assembleia Legislativa cearense, para este ano de 2024, tem um orçamento de pouco mais de R$ 1 bilhão. Até agora já foram gastos pouco mais de R$ 400 milhões, dos quais só R$ 31.415.382,28 ( trinta e um milhões, quatrocentos e quinze mil, trezentos e oitenta e dois mil e vinte e oito centavos), menos de 10% do total gasto foi com “ação legislativa”. Todo o restante foi com pessoal e outras despesas.