Elevação do Oceano Pacífico: a chance de 'catástrofe' e a oportunidade das energias renováveis

Por Ednardo Rodrigues

O aquecimento global, impulsionado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, está causando a expansão das águas oceânicas e o derretimento das geleiras

O aquecimento global, impulsionado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, está causando a expansão das águas oceânicas e o derretimento das geleiras. Foto: Shutterstock

Em contradição com o que o nome propõe, este Oceano não parece nada Pacífico. Nele ocorreram os ataques à ilha de Pearl Harbor durante a Segunda Guerra Mundial (e a terceira não está longe). O nível do Pacífico ainda é mais alto do que do Oceano Atlântico em cerca de 20 centímetros em média. 

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, recentemente emitiu um alerta urgente sobre o aumento do nível do mar, descrevendo a situação como uma "catástrofe mundial". Durante uma coletiva de imprensa em Tonga, ele destacou que os níveis médios globais do mar estão subindo a taxas sem precedentes nos últimos 3.000 anos.

"E o mundo deve aumentar massivamente o financiamento e o apoio aos países vulneráveis. Precisamos de um aumento nos fundos para lidar com o aumento do nível do mar", disse ele.

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O aquecimento global, impulsionado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, está causando a expansão das águas oceânicas e o derretimento das geleiras, o que contribui significativamente para o aumento do nível do mar. As temperaturas da superfície do mar aumentaram três vezes mais rápido do que a média global, desde 1980, resultando em ondas de calor marinhas mais frequentes e intensas segundo o relatório da ONU.

A análise também revelou que o nível do mar no sul do Pacífico subiu 15 cm nos últimos 30 anos, colocando em risco a existência de nações inteiras. Além disso, cidades costeiras em várias partes do mundo, incluindo o Rio de Janeiro, estão enfrentando ameaças significativas devido ao aumento do nível do mar sobre o oceano Atlântico. 

Guterres apelou aos líderes globais para que tomem medidas drásticas para reduzir as emissões de gases poluentes e eliminem o uso de combustíveis fósseis, a fim de mitigar os impactos devastadores do aumento do nível do mar.

Essa semana eu estou na Intersolar, em São Paulo, que é a maior feira/conferência de energia solar da América do Sul. A boa notícia é que as energias renováveis são as que mais crescem no mundo. Esse ano, a energia solar liderou o crescimento com uma taxa de 24%, muito superior ao aumento do uso de combustíveis fósseis de 12%. O ideal era que tivesse uma queda. Se isso não acontecer, as consequências serão catastróficas para o mundo - a resposta da natureza - como afirmou o secretário da ONU.

Ednardo Rodrigues: Professor de Astronomia, Físico, Mestre Cientista e Doutor em Eng. Elétrica. Escreve, às segundas-feiras, sobre o céu, planetas, astros e seus mistérios.

Diário do Nordeste

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