Ex-líder de Sarto diz que teve que apoiar a Taxa do Lixo para não desgastar a imagem do gestor

Carlos Mesquita, vereador não reeleito para um novo mandato, afirmou ainda que o PDT teria escolhido quem quis eleger para a vereança da Capital, deixando algumas lideranças de lado; a entrevista foi dada em exclusividade ao OPINIÃO CE

Carlos Mesquita foi líder de Sarto até novembro do ano passado. Foto: Érika Fonseca/CMFor
O vereador Carlos Mesquita (PDT), ex-líder do prefeito José Sarto (PDT) na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), afirmou que teve que apoiar a tramitação de matérias a contragosto para não desgastar a imagem do gestor. Em entrevista exclusiva ao OPINIÃO CE, o parlamentar, que não conseguiu se reeleger para uma nova Legislatura, citou a Taxa do Lixo e a Reforma da Previdência – aprovada em 2021 – como projetos que não via com bons olhos, mas que acabou votando a favor.

Carlos Mesquita deixou a liderança de Sarto em novembro do ano passado, após ele ter se envolvido em um episódio polêmico, no qual citou que a Prefeitura de Fortaleza fez um corte proposital de recursos no Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio). Segundo ele, à época, o corte ocorreu para ver se o Estado responderia à demanda e pagaria a parte dos custos. Ao OPINIÃO CE, Mesquita explicou que sua fala ocorreu para não desgastar a imagem de Sarto, já que a vereadora Enfermeira Ana Paula (sem partido) havia lhe mostrado documentos que comprovavam a diminuição do repasse.

Segundo o pedetistaseu partido teria “escolhido” os candidatos que seriam eleitos para o cargo de vereador. Mesquita acusa a legenda de ter deixado algumas lideranças de lado. Além dele, o vereador Iraguassu Filho, atual líder de Sarto, é outro forte nome local da sigla que não conseguiu se reeleger. 

POSICIONAMENTO NO SEGUNDO TURNO DE FORTALEZA

Para o turno adicional, o vereador é um dos poucos do PDT que afirmou apoio à candidatura de Evandro Leitão (PT). Além dele, Iraguassu e Adail Jr – este, reeleito – se posicionaram de forma favorável ao candidato petista. Do outro lado, seis dos oito vereadores eleitos pelo PDT divulgaram vídeo em que afirmam suas preferências à candidatura de André Fernandes (PL). O ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) também apoia a candidatura de Fernandes. Mesquita, que diz sempre ter sido fiel ao seu partido, critica a decisão dos seus colegas parlamentares.

“Quando tivemos que nos decidir, eu fiz aquilo que sempre fiz, ser leal e fiel aos meus princípios. O que eu sou? Sou PDT. Quem é o PDT, hoje? Detém o Ministério da Previdência, do nosso presidente Lupi. Como vou votar no outro partido senão o do meu presidente?”, questionou o vereador.

Carlos Mesquita afirmou também não ter concordado com o posicionamento do Diretório Nacional de ter liberado os seus filiados para definirem os seus apoios na capital cearense para o turno adicional. “Foi um erro”, disse.

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Mesmo com a posição contrária, ele disse que respeita a opinião dos seis vereadores. “Do mesmo jeito que quero que eles respeitem a minha opinião, eu respeito a deles. [Eles] têm suas motivações e não tenho nada contra o André [Fernandes]”. Ainda conforme o vereador, a campanha do candidato bolsonarista, em nenhum momento, foi conversar com ele para pedir o seu voto. Já sobre a candidatura petista, ele destaca que todo dia havia pessoas da campanha em sua casa, onde se solidarizaram com ele e pediram o seu apoio. “Sabem que, apesar da derrota, eu conheço tudo da Prefeitura, os que estão lá dentro, conheço tudo que fizeram e o que estão fazendo”, citou.


Opinião CE

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