A direita no Ceará – particularmente, Fortaleza -, saiu, aparentemente, consolidada nas eleições municipais de 2024.
Sigla pode ficar sem representação na Alece / Reprodução |
Mas não é somente a enxurrada de votos em André Fernandes (PL) que retrata o contexto neste espectro político.
A seguir, mostramos uma série de pontos que, somados ou não, poderão definir o curso das águas eleitorais até a próxima disputa, de 2026.
Comecemos pelo próprio pleito deste ano.
O racha em três palanques – André, Capitão Wagner (União Brasil) e Eduardo Girão (Novo) -, pode ter entregue a Prefeitura de Fortaleza ao PT.
O PL, que cristaliza a direita do Estado ligada a Jair Bolsonaro (PL), também anda dividido.
Vide a recente eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.
Teve parlamentar que votou na chapa encabeçada por Romeu Aldigueri (PDT), deputado que votou contra e deputado que nem apareceu na sessão.
Para completar essa parte, o deputado Carmelo Neto (PL) apanhou, esta semana, de colegas da oposição.
Ele foi acusado de fake news, em torno de uma discussão sobre aumento salarial de parlamentares.
Golpe e laranjas
Inelegível, Bolsonaro é a principal tábua de salvação nacional para muitos direitistas do Ceará.
Mas, na cotação do dia, a recuperação dos direitos políticos do ex-presidente é uma miragem jurídica. Pelo contrário.
Se a chamada trama do golpe tiver desdobramentos aguardados pela média do mainstream, a frase “a esquerda só se une na cadeia” será radicalmente alterada.
A propósito de julgamento, o quarteto parlamentar do PL-CE está dependurado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Condenado no TRE-CE, a sigla, que burlou a cota de gênero em candidaturas femininas, pode zerar a bancada na Alece.
Se o TSE confirmar o que determinou o TRE, será o mais duro golpe até aqui.
Em consequência, a oposição no Parlamento Estadual, já sufocada, ficará com ainda menos oxigênio político.
A cassação dos deputados do PL poderá, na prática, reduzir o já parco espaço que a direita detém na opinião pública do Estado.
Por falar em opinião, a redes sociais são, basicamente, o que resta à direita cearense, como espaço para espernear.
Tudo isso, quando a centro-esquerda alcança o ponto máximo de controle político no Ceará.
Mas até isso pode piorar, se depender dos senhores e senhoras das cadeiras caramelo, em Brasília.
Eis a corrida de obstáculos para a direita cearense, a pouco mais de 1 ano e meio da próxima campanha eleitoral.
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