Alunos enfrentaram dificuldades com más condições da unidade durante semana de fortes chuvas em Fortaleza. Segundo a SME, a unidade receberá 'nova verba, em caráter emergencial'
Por Raísa Azevedo, raisa.azevedo@svm.com.br
A Secretaria Municipal da Educação (SME) informou que a escola recebeu uma vistoria nesta quarta-feira (4). Foto: Reprodução/Instagram |
Alunos da escola municipal E. M. São Raimundo, no bairro Rodolfo Teófilo, em Fortaleza, enfrentaram dificuldades para frequentar as aulas nesta semana de chuvas intensas na Capital. Uma professora da instituição chegou a denunciar, nas redes sociais, as más condições da unidade e a dificuldade em seguir com a semana de prova dos estudantes.
Crianças com o pé dentro d'água, equipamentos danificados, água descendo próximo à instalação elétrica, livros e cadernos encharcados fazem parte do cenário compartilhado pela docente em publicação no Instagram. Segundo a profissional, os vídeos foram gravados na última quarta-feira (4) na instituição da Prefeitura de Fortaleza. Dez salas de aula estariam alagadas.
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"Hoje, estamos com água descendo pelas paredes, pelas instalações elétricas, crianças fazendo prova com o pé na água. Não tem como as crianças passarem pro banheiro. [...] Molhou a prateleira que eu comprei com meu dinheiro pessoal, perdemos todos os cadernos das crianças. A água está descendo feito bica junto com instalação elétrica. O teto pode cair a qualquer momento com o peso da água. Em apenas um dia de chuva e isso aqui", descreveu a professora na publicação.
Ainda conforme o relato da pedagoga, há cerca de 15 dias, a Secretaria de Educação "disse que bastava pintar a escola, trocar 3 portas e 9 fechaduras que tudo ficaria bem. [...] Escutamos um sonoro: 'problema da próxima gestão que entrar'", afirmou.
Unidade receberá nova verba, em caráter emergencial, diz SME
Procurada pelo Diário do Nordeste, a Secretaria Municipal da Educação (SME) informou que a escola recebeu uma vistoria nesta quarta-feira (4), "realizada por um engenheiro da SME e representantes da empresa contratada para executar trabalhos de manutenção". Conforme o órgão, a unidade ainda receberá "nova verba, em caráter emergencial", para os reparos das "demandas detectadas" a partir da vistoria.
A pasta ressaltou que, já neste ano, a escola recebeu verba pelo Programa Municipal de Desenvolvimento e Manutenção do Ensino (PMDE). "Esse programa significa que as escolas recebem diretamente recursos para garantir manutenção preventiva e corretiva".
A Secretaria afirmou que foram executados os seguintes serviços na E. M. São Raimundo:
- Limpeza da caixa de água;
- Manutenção das calhas e retelhamento;
- Dedetização;
- Manutenção de 40 carteiras escolares;
- Recargas de extintores, entre outros.
Segundo a SME, em 2020, a unidade passou por uma primeira etapa de requalificação, "com mais de R$ 550 mil de investimento" em que "foram realizadas melhorias na cozinha, sala dos professores, sala do Atendimento Educacional Especializado, banheiros, coberta, muro e piso das salas de aula". A Secretaria vinculada à Prefeitura de Fortaleza prometeu que a segunda etapa das obras de reforma está prevista para iniciar em 2025.
Apesar das ações informadas pelo órgão, a mesma professora que denunciou a situação em rede social afirmou que "a reforma feita antes tem muitos erros de acessibilidade, banheiros sem passagem coberta, encontro de telhados sem calhas, salas sem ventilação, instalações elétricas que não suportam a demanda, falta de refeitório".
"Já recebemos engenheiros que condenaram a estrutura e classificou como de risco. [..] Fomos abandonados", escreveu a pedagoga, que demonstrou preocupação com o período de chuvas que deve chegar com mais intensidade no próximo mês. "E no começo do próximo ano, quando de fato a quadra chuvosa chegar?", questionou.
Nos comentários da publicação, uma usuária afirmou que a crise na unidade municipal não é uma novidade. "Esse problema nessa escola é antigo! Desde quando eu estudava lá já acontecia isso. Passa tempos e tempos e não resolvem", disse. Já outra seguidora comentou: "Triste ver a situação das escolas de Fortaleza, pois sabemos que infelizmente não é um caso isolado. Profissionais e as crianças são os mais precarizados nessa situação", escreveu.