Valores passariam de R$ 200 milhões; transição indica atraso de pagamentos e demissões em massa
Por Inácio Aguiar
O prefeito eleito levou parte da equipe de transição para uma reunião com o promotor Hugo Mendonça. Foto: Divulgação |
O prefeito eleito de Caucaia, Naumi Amorim (PSD), foi ao Ministério Público e solicitou que os promotores que atuam no município acompanhem o processo de transição de gestão. Naumi afirma que há um rombo milionário nas contas do município, possivelmente superior aos R$ 200 milhões mencionados recentemente pelo atual prefeito, Vitor Valim.
A equipe de transição da nova gestão identificou que, somente no Instituto de Previdência do Município, os atrasos nos pagamentos somam R$ 39,5 milhões.
A dimensão dos valores e os problemas administrativos, como demissões em massa, atrasos no pagamento de serviços e débitos previdenciários, levaram Naumi a buscar o acompanhamento do Ministério Público no processo de transição.
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No último dia 2 de dezembro, o Sindicato dos Médicos do Ceará divulgou uma nota informando que os serviços de anestesiologia poderiam ser interrompidos nos hospitais municipais devido aos constantes atrasos nos pagamentos. O Sindicato chegou a oficiar o secretário de Saúde do município para solicitar providências.
Ainda em novembro, o Sindicato também denunciou o atraso no pagamento dos médicos que atendem a população no Hospital Municipal de Caucaia. Segundo a entidade, os profissionais não haviam recebido o salário referente ao mês de setembro.
Débito anunciado
Após o segundo turno das eleições, durante uma live nas redes sociais, o prefeito Vitor Valim (PSB) afirmou que a Prefeitura de Caucaia possui uma dívida de R$ 200 milhões, que será herdada pela próxima gestão. Ele alegou, no entanto, que o montante seria resultado de gestões anteriores.
Valim destacou ainda ter reformado 186 escolas, realizado concursos para professores e criado um programa de passe livre no transporte coletivo, entre outras ações.
As informações da equipe de transição, entretanto, apontam para um cenário caótico nas contas municipais.