Parem de choramingar e comecem a trabalhar. Vocês já sabiam o que encontrariam

Todos os prefeitos cearenses que assumiram os mandatos no primeiro dia deste ano de 2025, já sabiam que encontrariam situações muito difíceis. No curso da campanha eleitoral, encerrada com a votação de 6 de outubro para a quase totalidade dos municípios, e para os de Caucaia e Fortaleza, concluída no dia 27 daquele mês de outubro, todos, aliados falaram de dificuldades.

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Prefeito Evandro Leitão e a vice Gabriella Aguiar. Foto: Ascom/Divulgação.

Os aliados falavam de dificuldades com certa moderação, atribuindo-as ao momento da economia nacional, os adversários eram contundentes nas acusações de desmandos ou incúria, de administração perdulária e outras coisas. Eleito, em vários momentos falou da periclitante situação fiscal. Em Caucaia não foi diferente. Lá, até órgãos outros da administração pública ligada ao Controle Externo, já haviam se posicionado sobre o rombo nas contas daquele importante Município da Região Metropolitana de Fortaleza.

Entende-se, até aqui, nos primeiros dias das administrações municipais, os discursos políticos, principalmente dos adversários Naumi Amorim (Caucaia) e Evandro Leitão (Fortaleza). Naumi com propriedade, pois é adversário de Valim, desde a campanha eleitoral de 2020. Valim derrotou Naumi, que queria ser reeleito, naquela oportunidade. O discurso do agora prefeito Evandro Leitão é diferente. Ele foi um dos responsáveis pela eleição do ex-prefeito José Sarto, pois ambos eram filiados ao PDT, na campanha de 2020. Evandro, como ainda não o fez, deveria era pedir desculpas aos fortalezenses por ter contribuído para a eleição de Sarto, um dos piores prefeitos da Capital cearense.

Naumi Amorim, prefeito eleito de Caucaia. Foto divulgação.

Mas abstraindo-se de tudo que até aqui ocorreu, ambos, Naumi e Leitão, precisam começar a mostrar resultados. Primeiro, responsabilizando, parcialmente pelo desastre das duas administrações que sucedem, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e também o Ministério Público, embora as principais responsáveis sejam as Câmaras Municipais dos respectivos municípios.

Os dois municípios têm recursos econômicos e administrativos para solucionarem o problema fiscal. Em Fortaleza, que tem um Orçamento anual de R$ 14,7 bilhões, uma dívida de R$ 2 bilhões, como anuncia o prefeito Evandro Leitão, não inviabiliza a nova administração. Se o prefeito reduzir em apenas 10% o custeio da máquina, orçado em R$ 4 bilhões para este ano de 2025, só aí ele terá R$ 400 milhões para abater a dívida.

Se repactuar os contratos de prestação de serviços “de qualquer natureza”, dito superfaturados, aí um outro montante considerável de recursos servirá para abater as dívidas vencidas. Além do mais, o prefeito Evandro Leitão, como propalou na campanha eleitoral, contará com o governador Elmano e o presidente Lula, para conseguir o restante dos recursos necessários ao pagamento do vencido, e ficar com o Orçamento total deste ano, para cumprir as suas promessas de campanha.

Nos dias atuais, não é fácil para o Governo Federal e o do Estado, liberarem outros recursos para estes entes federados, fora dos obrigados constitucionalmente. Mas, tanto um quanto outro podem, utilizando o poder discricionário que têm, conveniarem com o Município de Fortaleza e liberarem os recursos mais prementes.

Blog do Edison Silva

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