Os deputados da bancada de oposição se articularam e escolheram a quinta-feira (06) para tecerem o maior número de críticas ao Governo do Estado e ao Governo Federal, nas mais diferentes áreas. Ao menos quatro deles subiram à tribuna do Plenário 13 de Maio para apontarem falhas nas gestões do governador Elmano de Freitas e do presidente Lula.
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Opositores se revezaram na tribuna para tecerem críticas às mais variadas áreas do Governo. Foto: ALECE |
Coube ao deputado Queiroz Filho (PDT) atacar o cenário das contas públicas do Governo do Estado, destacando a necessidade de investimentos e eficiência para atender as demandas da população. Ele se baseou em artigo do ex-presidente do Banco do Nordeste (BNB) Marcos Holanda, no qual ele aponta que, nos últimos dois anos, a receita do Estado cresceu 19%, ao mesmo tempo em que a despesa cresceu 30%.
Apesar do acréscimo nos investimentos do Governo, “é preciso investir bem”, conforme o deputado. “Hoje temos um belo investimento do VLT, de R$ 3 bilhões, mas que não suporta nem metade da população de Fortaleza. Então, tem que melhor explorar os investimentos aqui no Ceará”, disse.
Queiroz Filho observou ainda que o Governo realizou cerca de 14 empréstimos nos últimos anos. Segundo ele, alguns desses empréstimos são voltados para custeio da máquina pública, e não para novos investimentos. “Ano passado foram pagos R$ 3 bilhões somente em amortização e pagamento da dívida pública, ao passo que, por exemplo, para colocar o hospital da UECE para funcionar integralmente, há uma conta de R$ 900 milhões”.
Antônio Henrique (PDT) criticou a paralisação de obras realizadas com recursos do Governo Federal no Estado. Ele mencionou dados do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontam cerca de 760 obras contratadas com recursos federais paralisadas no Ceará, representando 50,7% dos contratos vigentes no Estado. “No ranking nacional de obras paralisadas, o Ceará ocupa a 6ª posição, liderado pelo Maranhão. Esses dados foram atualizados em dezembro de 2024”, destacou.
O parlamentar questionou a falta de andamento das obras. “A gente fica imaginando como isso pode acontecer. Obras que foram contratadas, tiveram recursos do Governo Federal destinados para a construção de postos de saúde, escolas e creches, equipamentos necessários para atender a população, mas que estão paradas e abandonadas”, assinalou.
Ele também relembrou promessas feitas durante a campanha eleitoral. “É bom a gente sempre lembrar. Na propaganda eleitoral, ouvia-se que o Estado ficaria três vezes mais forte porque teríamos um presidente do mesmo partido do governador e do senador e que tudo funcionaria bem. Mas já estamos no terceiro ano de Governo Federal e Estadual, e quando vamos acompanhar essas obras, a realidade é outra”, afirmou.
Cláudio Pinho (PDT), por sua vez, destacou o atraso no início das aulas de algumas escolas públicas do Estado, em razão de problemas na lotação de professores temporários aprovados em seleção da Secretaria Estadual da Educação (SEDUC). Segundo o parlamentar, há relatos de unidades em que o retorno das aulas foi adiado e em outras que retornaram com déficit no quadro de profissionais.
Para ele, a situação da educação no Estado é preocupante. “O melhor desempenho que o nosso Estado tem é na educação e nos preocupa esse desarranjo na contratação de professores. Cadê o concurso dos professores? Temos que ter um olhar diferenciado para o que está acontecendo”.
Para o deputado Sargento Reginauro (União), a oposição na Casa tem reverberado a inquietação de milhões de cearenses com uma “gestão apática e inoperante do atual Governo do Estado”. Já o deputado Felipe Mota (União) defendeu respostas rápidas do Executivo estadual no combate à violência no Ceará.
Imposto
Por fim, o deputado Carmelo Neto (PL) criticou o Governo Lula na gestão da economia. O deputado comparou a administração de Lula e de seu antecessor, Jair Bolsonaro. “Todo mundo sabe que o ex-presidente enfrentou a guerra entre Rússia e Ucrânia, pandemia e, com toda a dificuldade econômica, reduziu imposto para o povo mais humilde não sofrer. Atualmente, Lula voltou a cobrar os impostos, e hoje temos a gasolina a R$ 6,50 e em alguns estados passa dos R$ 7”.
O parlamentar comentou ainda sobre o preço do frete dos alimentos, que reflete na alta dos produtos. “Basta ir ao supermercado. O PT precisa calçar as sandálias da humildade, ter a hombridade de reconhecer seus erros e os cenários que estão entregando, como o dólar que atingiu R$ 6,18. Esse é o legado do PT, o aumento do dólar que impacta no bolso do cidadão”.
By Miguel Martins / Blog do Edison Silva
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